Qualicorp busca recursos para financiar sua expansão

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São Paulo – Os executivos da Qualicorp disseram e investidores hoje que companhia mantém sua visão de longo prazo e que está buscando recursos na operação para financiar o seu crescimento. Um exemplo é a cisão da Qualicorp Administradora de Benefícios da Qualicorp, que deve liberar R$ 300 milhões que estão parados no caixa da subsidiária.

“A companhia tem uma debênture de R$ 300 milhões, valor que está parado e que não pode ser usado. Então, vamos cindir essa operação e poderemos usar esse caixa que está parado na administradora para diversos fins”, disse o diretor financeiro da companhia, Frederico Oldani, em teleconferência com investidores.

O conselho de administração da Qualicorp aprovou a proposta de cisão parcial de sua administradora de benefícios. A operação será analisada em assembleia geral extraordinária ainda sem data definida.

Segundo a empresa, a cisão faz parte da estratégia de otimização das estruturas societárias e negócios da companhia, que tem como objetivo reduzir custos em áreas administrativas. O custo da reorganização é estimado pelas empresas em R$ 500 mil.

Ainda em relação às projeções futuras, os executivos da empresa disseram que “a Qualicorp quer crescer sempre” e que essa meta tem “muitos significados”, mencionando aquisições, como a conclusão da Plural, em dezembro, e que não enxergam nenhum impacto relevante da recomposição de portfólio para as vendas da companhia.

“Somos o maior distribuidor e parceiro da Hapvida e, agora, da GNDI (Grupo Notre Dame Intermédica) e agora precisamos entender como o mercado vai encarar a mudança de patamar de preço. A expectativa é otimista e de melhora a cada trimestre”, disse o presidente da empresa, Bruno Blatt.

REAJUSTES

A Qualicorp espera que os reajustes dos planos de saúde para 2021 tenham avanço de um dígito e que aguarda anúncios doo órgão regulador e como balancear o possível aumento aos interesses dos clientes.

Em seu balanço, a companhia que a partir de janeiro deste ano, normalizou as condições comerciais e do intervalo de preços entre os diferentes tipos de planos, após a recomposição de reajustes de preços de planos individuais e coletivos, e que, com isso, espera “uma retomada de níveis mais robustos de adições brutas.”

“Parte do cancelamento vai impactar o primeiro trimestre de 2021, não há nenhum ponto que nos preocupe em relação ao reajuste”, disse o executivo.

Durante o terceiro e quarto trimestre, a companhia disse ter sido impactada pela suspensão de reajuste de preços de planos promovida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 2020, que reduziu a diferença de preços entre os novos planos coletivos de adesão (que foram reajustados) e os planos individuais (que não sofreram reajuste) e isso afetou negativamente as vendas de planos de uma das operadoras mais importantes de seu portfólio.

A companhia não espera redução nas margens futuras, mas tem a expectativa de que os próximos resultados terão menos ajustes e serão mais “limpos” que os do quarto trimestre e que o ebtida do quarto trimestre não reflete o ebtida recorrente da operação. O ebitda ajustado caiu 16,8%, para R$ 190,3 milhões no período.

Sobre 2020, a empresa destacou o crescimento de 22,8% no portfólio adesão, para 1,6 milhões de beneficiários ao final de 2020 e a redução de 16,5% do ‘churn’ (taxa de clientes cancelados). Em todo o ano passado, a receita líquida subiu 1,2%, para R$ 2 bilhões.

“A geração de caixa, de R$ 670 milhões, mostra que nosso negócio tem grande capacidade de geração de valor, de converter ebitda e lucro em geração de caixa”, disse o executivo.

A companhia também propôs para aprovação em assembleia a distribuição de R$ 570 milhões em dividendos, complementares aos R$82 milhões já pagos em juros sobre capital próprio.