MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Gráfico

São Paulo – O Ibovespa passou a cair com mais força reagindo à piora das Bolsas norte-americanas após indicadores mais fracos e com cautela frente ao avanço de casos de coronavírus, além de refletir as perdas de ações de peso como as da Ambev e da Petrobras, em meio à divulgação de balanços trimestrais. O fato de ser sexta-feira e o último pregão do mês adiciona cautela aos mercados, colaborando para uma realização de lucros.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 1,57%, aos 103.352,17 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava recuo de 2,33%, aos 103.380 pontos.

“As Bolsas de valores nos Estados Unidos viraram para o negativo e aqui virou também para uma queda quase generalizada, que levou a Petrobras junto, apesar de o resultado trimestral ter sido considerado até positivo”, disse o analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi.

Os índices norte-americanos Dow Jones e S&P 500 passaram a cair após abrirem em alta e embora o índice Nasdaq ainda opere no terreno positivo após balanços positivos de grandes empresas de tecnologia, como Apple, Facebook, Amazon e Google. Para o analista, ainda pesam no cenário externo os números fracos do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre em todo o planeta e o temor de uma segunda onda de covid-19.

Hoje, foi divulgado o PIB da zona do euro, que recuou 12,1% no segundo trimestre frente ao trimestre anterior, vindo pior do que o esperado pelo mercado. Ontem, o PIB dos Estados Unidos já tinha mostrado um tombo histórico, ao recuar 32,9% no mesmo período. Não bastasse a constatação dos impactos da pandemia nas economias, republicanos e democratas seguem em um impasse para aprovar um novo pacote de ajuda à economia norte-americana.

Entre as ações, as da Petrobras, que subiam perto da abertura, passaram a cair com mais força seguindo o exterior e em meio a teleconferência dos resultados da companhia, apesar de o balanço ter sido, em geral, bem recebido pelo mercado. A direção da estatal disse que está focada em sair da crise, mas está mostrando cautela em relação aos preços do petróleo e disse que as paradas já programadas na produção devem começar em setembro. No entanto, a meta de produção de 2020, de 2,7 milhões de boed está mantida.

No último pregão do mês, o dólar comercial tem alta firme frente ao real e sobe 1% seguindo o exterior mais negativo hoje para as moedas de países emergentes em meio à divulgação da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no segundo trimestre e com investidores locais na tradicional “briga” para formação de preço da taxa Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central (BC) – de fim de mês.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,91%, sendo negociado a R$ 5,2060 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava avanço de 0,96%, a R$ 5,203.

“Em dia de formação da Ptax, acaba tendo algumas distorções para o câmbio”, comenta a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. O diretor de câmbio de uma corretora nacional acrescenta que, até o momento, os “comprados” vão vencendo a disputa pela taxa.

Lá fora, saíram os dados de renda pessoal e gastos dos Estados Unidos em junho. O primeiro caiu 1,1% na comparação mensal, ante expectativa de queda de 0,7%. Quanto aos gastos, houve alta de 5,6%, na mesma comparação, enquanto analistas previam +5,0%. Na zona do euro, o PIB retraiu 12,1% em relação ao primeiro trimestre do ano e 15,0% ante o mesmo trimestre de 2019.

Para o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, o caminho para a recuperação do bloco econômico aos níveis “pré-crise” da pandemia do novo coronavírus tende a ser longo. “Não vemos uma recuperação completa até depois de 2021, e a recente piora do quadro de contágio em alguns países [da Europa] adiciona ainda mais incertezas sobre o assunto”, avalia.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem operando sem uma direção definida, ainda aguardando o humor dos investidores externos nesta sexta-feira. Há uma melhora na esperança dos balanços corporativos, mas por outro lado, existe uma piora no aumento de casos de coronavírus, dados mais fracos sobre a economia global, e uma demora na aprovação do pacote de US$ 1 trilhão para ajudar a economia norte-americana.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 1,91%, de 1,91% no ajuste do último pregão; o DI para janeiro de 2022 estava em 2,64%, de 2,63% do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,64%, de 3,65%; o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,17%, de 5,20% na mesma comparação.