Prejuízo da Gol salta para R$ 1,9 bi refletindo pandemia

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São Paulo – A Gol Linhas Aéreas teve prejuízo líquido de R$ 1,997 bilhão no segundo trimestre deste ano, antes da participação minoritária, um aumento de mais de 16 vezes em relação ao prejuízo de R$ 120,8 milhões visto no mesmo período de 2019. A receita operacional líquida caiu 88,6% no período, para R$ 357,8 milhões na mesma base de comparação.

Segundo a companhia aérea, os resultados do trimestre refletem os impactos diretos da pandemia no volume de operações, que diminuiu a atividade econômica no mundo e afetou gravemente o setor de aviação.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 282,5 milhões no trimestre, revertendo o valor positivo de R$ 814,6 milhões um ano antes. O ebtida ajustado, que envolve as despesas relacionadas aos níveis de operação atual, foi de R$ 99,2 milhões, queda de 87,8%.

No período, os custos e despesas operacionais da companhia aérea caíram 55,5% e totalizou R$ 1,255 bilhão. Do total, o maior custo foi com Outros, que envolve ociosidade de pessoal e depreciação, que alcançou R$ 518,2 milhões, enquanto pessoal somou R$ 153,2 milhões, baixa de 70,5% na base anual, e combustível de aviação que somou R$ 135,8 milhões, queda de 86,1% na mesma base de comparação.

O fluxo de caixa líquido da Gol ficou negativo em R$ 1 bilhão no período, revertendo o valor positivo de R$ 606 milhões de um ano antes. Ao final do trimestre, a dívida líquida somava R$ 13,480 bilhões, 44,2% maior que o mesmo período do ano anterior. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda, era de 4,5 vezes, 1,9 ponto percentual (pp) maior que o mesmo período de 2019.

Ao final do trimestre, a empresa tinha uma frota operacional média de 17 aviões, queda de 84,3% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. No final do período, a Gol contava com 127 aeronaves, sendo sete MAX (não operacionais). A frota total era de 130 aeronaves Boeing 737.

Em relação ao mesmo de julho, a Gol explicou que com um aumento para aproximadamente 250 voos diários as operações devem ficar em torno de 25% do realizado no mesmo período de 2019 com 36 aeronaves operando na malha. Além disso, a empresa planeja reabrir 14 bases adicionais entre agosto a dezembro de 2020.