MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa segue em alta, mostrando um movimento de correção depois da queda de mais de 3% ontem em função do receio da rápida disseminação do coronavírus. O índice, no entanto, já reduziu levemente os ganhos com investidores ainda cautelosos e atentos ao noticiário sobre o vírus, como ao novo caso suspeito no estado de Minas Gerais.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,97% aos 115.597,03 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 7,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava avanço de 1,08% aos 115.580 pontos.

“Já era esperado que houvesse um movimento de correção hoje depois da queda forte de ontem, mas essa recuperação pode não seguir ao longo da semana. É possível termos novas quedas se prevalecer o aumento do número de casos do coronavírus”, disse a analista da Toro Investimentos, Luana Nunes.

Há pouco, por exemplo, o Ministério da Saúde confirmou que há um caso suspeito em Minas Gerais. As autoridades chinesas já confirmaram 106 mortes e mais de 4,5 mil casos de pneumonia provocada pelo novo coronavírus em 30 regiões, além de existirem casos isolados em uma dúzia de países em quatro continentes, principalmente na Ásia.

Além das notícias em torno do vírus, a analista lembra que amanhã é dia de decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o que também ainda pode trazer cautela para os mercados.

Entre as ações, as ligadas a commodities, que sofreram ontem, mostram recuperação, caso da Petrobras e da Vale. Já as maiores altas do Ibovespa são das ações da Azul e da JBS.

A Azul afirmou anunciou seu plano de frota de cinco anos atualizado, refletindo a aceleração da estratégia de transformação de frota da empresa, resultando em 100% da capacidade dos voos domésticos da Azul vindo de aeronaves de nova geração até 2022. Já a JBS assinou um memorando de entendimentos com o WH Group para fornecer carnes bovina, de aves e suína in natura no mercado chinês. De acordo com a empresa, a estimativa é que o negócio movimente aproximadamente R$ 3 bilhões por ano.

Na contramão, as maiores baixas do índice são das ações da Ecorodovias, da RD e da Cielo, que divulgou dados abaixo do esperado pelo mercado no quarto trimestre.

Após operar em queda, abaixo de R$ 4,20, na abertura dos negócios, o dólar comercial oscila com viés de alta frente ao real atento ao caso suspeito de coronavírus no Brasil. O Ministério da Saúde confirmou que monitora uma estudante de 22 anos, em Belo Horizonte (MG), que esteve em Wuhan, na China, e desembarcou no Brasil no dia 24.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,11%, sendo negociado a R$ 4,2150 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava avanço de 0,13%, cotado a R$ 4,216.

Segundo o ministério, ela apresenta sintomas compatíveis com a doença, mas passa bem. Para a analista da Toro Investimentos, Luana Nunes, a notícia leva o dólar a uma correção, mas é preciso observar a dinâmica da moeda.

“O dólar está praticamente no zero a zero e, acredito, que pode fechar bem próximo desse movimento. Esse caso suspeito [em Minas Gerais] pode levar a uma correção para cima. O noticiário sobre o coronavírus ainda pode trazer cautela”, comenta.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, acrescenta que o coronavírus segue como “pano de fundo” para o movimento dos ativos e que, além da doença, os números de pedidos de bens duráveis nos Estados Unidos, em dezembro, acima do esperado corroboraram para fortalecer a moeda no exterior.

O indicador subiu 2,4% na comparação com novembro, quando recuou 3,1% em base mensal. Os analistas projetavam queda de 0,3% no mês passado. “O dado acabou retificando o movimento [de alta da moeda estrangeira]”, diz.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem com leves oscilações e sem uma direção definida, com os investidores digerindo as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enquanto monitoram o noticiário em torno da propagação do coronavírus na China.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,340%, de 4,320% ao final do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2022 projetava taxa de 4,97%, de 4,92% após o ajuste da véspera; o DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 5,52%, de 5,51%  na mesma comparação; e o DI para janeiro de 2025 estava em 6,26%, de 6,27% do ajuste de ontem.