Após euforia, Bolsa corrige e fecha em queda; na semana, acumula alta de 2,44%

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Gráfico com movimentações de ações / Créditos: Pexels/ Alesia Kozik

São Paulo – Após a alta das duas últimas sessões em que bateu a máxima histórica, a Bolsa fechou em leve queda em movimento de correção, dados mais fortes nos Estados Unidos e falas de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tirando um pouco do ânimo dos investidores.

Somado a isso, dia de vencimento de opções sobre ações trouxe volatilidade ao mercado e as pautas econômicas foram monitoradas de perto. Na semana, o Ibovespa subiu 2,44%

Nos Estados Unidos, o índice de gerentes de compra de serviços (PMI, sigla em inglês) de dezembro subiu para 51,3 pontos contra estimativa de 50,7 pts, acima do esperado deixando o mercado em alerta. Para a próxima semana, tem inflação PCE e PIB do 3T23.

E, por aqui tem ata do Copom, Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e IBC-Br.

Mais cedo, a Câmara aprovou o texto-base da Medida Provisória (MP) das subvenções do ICMS, importante para o governo na questão da arrecadação. Agora, o texto segue para apreciação no Senado. Também passou na Casa Legislativa, o texto-base da reforma tributária.

Mais cedo, o membro do Fed de Nova York, John Williams, disse Um dos dirigentes do Fed afirmou que o colegiado não está discutindo o corte de juros nos Estados Unidos, a atenção fica para o combate à inflação.

As ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) lideraram as perdas na sessão de hoje em 10,64% e 8,64%, respectivamente. Raizen (RAIZ4) e CSN (CSNA3) foram destaque de alta em 2,19% e 2,38%. Vale (VALE3) subiu 0,62%.

O principal índice da B3 caiu 0,49%, aos 130.197,10 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro registrou queda de 0,44%, aos 132,310 pontos. Na máxima do dia, o Ibovespa atingiu 130.028,07 pontos. O giro financeiro foi de R$ 31,1 bilhões. Nos Estados Unidos, os índices fecharam em alta.

João Vitor Freitas, analista da Toro, disse que em um dia mais fraco e com agenda um pouco esvaziada, tem correção após dois dias fortes.

“Na próximas semana devemos ter sessões mais positivas com a mudança de paradigma de corte de juros mais cedo nos Estados Unidos; mas com a proximidade do recesso de final de ano, o volume começa a cair a partir da próxima semana”.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, disse que a Bolsa tem volatilidade, com viés de queda, em dia de vencimento de opções aqui e lá fora e de olho nas pautas econômicas.

“Por conta do exercício tem briga dos comprados e vendidos o que traz volatilidade até o fechamento e as o mercado fica atento às votações importantes ocorrendo na Câmara, a votação da subvenção foi aprovada, mas de certa forma impacta negativamente em algumas ações de varejistas como Magazine Luiza que cai forte; bancos mais de lado e, em relação às commodities com o petróleo cedendo acaba trazendo as petrolíferas um pouco pra baixo, Vale em recuperação”.

Mais cedo, Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, disse que a Bolsa tem um movimento de correção, após atingir a máxima histórica ontem, e dados nos EUA corroboram para isso.

“É natural uma correção de curto prazo, a bolsa chegou a renovar no intraday, mas saiu o dado de produção industrial nos EUA -subiu 0,2% em novembro e o mercado previa 0,3%, um pouco abaixo das expectativas na comparação mensal; mercado passou a refletir um pouco isso e o PMI de serviços de dezembro veio acima-subiu para 51,3 pts contra estimativa de 50,7 pts- e industrial abaixo-caiu para 48,2 pts e a previsão era 49,5pts; inflação de serviços é super importante para convergência da inflação americana e ainda está forte; o presidente do Fed de NY [John Williams] negou que estejam discutindo corte de juros, mas o Powell tinha comentado sobre isso e a fala dele deveria valer mais”.

Larissa ressaltou que as votações das pautas econômicas estão na reta final. “Tudo indica que será votada a MP da subvenção e reforma tributária, as pautas que estão sendo aprovadas têm desidratação muito maior que o governo e o mercado esperavam- JCP não veio como o governo queria, MP das subvenções discutida ontem também e teve a derrubada do veto da desoneração da folha de pagamento- e vai piorando a perspectiva fiscal para o ano que vem. Se a MP da subvenção e a reforma tributária forem aprovadas podem ajudar, mas tudo indica que não será como o Haddad [ministro da Fazenda, Fernando Haddad] tinha expectativa e vamos ver se ele vai trabalhar o lado das despesas, mas o mercado está precificando que não”

Após duas sessões em queda, o dólar comercial fechou em alta de 0,45%, mas conseguiu se manter abaixo dos R$ 5- R$ 4,9374, em um movimento de correção e absorvendo as declarações do presidente do Fed de Nova York, John Williams, que negou que os dirigentes estejam discutindo o corte nos juros norte-americanos. Na semana, a moeda valorizou 0,17%.

Para o analista da Potenza Investimentos Bruno Komura, “o mercado exagerou no otimismo ao prever cortes já para março”.

Komura pontua que as falas de Williams, impactam a moeda nesta manhã. “Não estamos realmente falando sobre cortes de taxas no momento”, disse Williams.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) passam a operar perto da estabilidade, em dia de sessão altamente volátil, com o vencimento quádruplo dos derivados trimestrais sobre ações e índices (opções e futuros), conhecido como Dia das Quatro Bruxas.

Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 11,650% de 11,652% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,105% de 10,070%, o DI para janeiro de 2026 ia a 9,710%, de 9,620%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 9,795% de 9,705% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar futuro operava em alta, cotado a R$ 4.9427 para a venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão mistos, enquanto Wall Street encerrou uma semana forte em alta após a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na quarta-feira.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,15%, 37.305,16 pontos
Nasdaq 100: +0,35%, 14.813,9 pontos
S&P 500: -0,004%, 14.813,9 pontos

Confira abaixo a variação dos índices na semana:

Dow Jones: +2,92% Nasdaq 100: +2,85% S&P 500: +2,49%

Com Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA

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