Ação da Iguatemi cai com mercado avaliando impactos de reorganização

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São Paulo – As ações da Iguatemi Empresa de Shopping Centers estão entre as maiores quedas do Ibovespa nesta manhã com investidores ainda digerindo o anúncio de uma reorganização societária, na qual as ações da empresa serão totalmente incorporadas pela Jereissati Participações.

Segundo a Iguatemi, o objetivo é simplificar a base acionária das duas companhias e aumentar a liquidez, o que foi visto como positivo por analistas. Porém, a nova empresa, que se chamará Iguatemi S.A, passará do segmento Novo Mercado para um nível abaixo, o Nível I da B3. Além disso, analistas avaliam que um prêmio maior pode ser pedido por acionistas da Iguatemi. Às 11h50 (horário de Brasília), as ações da empresa (IGTA3) caíam 3,12%, a R$ 44,93.

De acordo com cálculos dos analistas do Credit Suisse, a operação considera um prêmio de 5% em relação ao fechamento do dia anterior das ações da Iguatemi, enquanto para as ações da Jeressaiti haveria um “rerating de 40%”.

“Nosso time acredita que os investidores devem aceitar o acordo, mas pedir um prêmio maior, dado que o balanço parece bem mais favorável para os acionistas da Jereissati Pariticpações”, afirmaram, em nota a clientes.

No entanto, de forma geral, acreditam que há mérito na transação e existe espaço para crescimento, sendo que parece fazer sentido estar do lado de uma administração de qualidade e com um portfólio de alta qualidade.

Já a mudança de presidente prevista, com a saída de Carlos Jereissati e a entrada de Cristina Betts, atual vice-presidente financeira, é vista como “natural, dado que Carlos ainda continuará no conselho e Cristina tem uma carreira bastante sólida”.

O analista da Guide Investimentos, Luís Sales, por sua vez, viu a operação como “marginalmente positiva”. Ele afirma que a troca na listagem no Novo Mercado pelo Nível 1 da B3, pode prejudicar a nota de governança da nova companhia na métrica ESG (Ambiental, Social e Governança), porém, acredita que isso pode ser compensando com a possível redução de despesas operacionais e financeiras, que deve melhorar suas margens, o que permitiria futuras aquisições e resultados mais robustos.

“Vemos também com bons olhos a indicação de Cristina Betts para o cargo de presidente do grupo”, reiterou, em relatório.