XP tem visão positiva para 2023 em Petrobras, mas estima queda sequencial de dividendos

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Refinaria Henrique Lage (Revap). (Foto: Ehder de Souza/Agência Petrobras)
Refinaria Henrique Lage (Revap). (Foto: Ehder de Souza/Agência Petrobras)

São Paulo – A XP Investimentos tem visão positiva para a Petrobras em 2023 porque estima que a major oil apresente um incremento na produção de petróleo e gás próximo de 30% até 2027. Além disso, a estatal ainda negocia com desconto: atualmente é negociada a 2,4x EV/ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para o final de 2023 vs. 3,3x para as principais empresas ocidentais de óleo e gás (incluindo Chevron, Exxon, Conocophillips, Shell, BP, Total, Equinor e Eni) e 3,0x para os principais pares da América Latina (Ecopetrol e YPF).

A XP espera, no entanto, uma queda sequencial no valor dos dividendos distribuídos, quando comparado aos altos níveis praticados em 2022. “Entretanto, considerando a queda do preço da ação (acentuada desde meados de outubro), em termos de dividend yield, o desconto de valuation fica ainda mais evidente. Para 2023, esperamos um yield de cerca de 38,9%. (vs. 4,2% das majors ocidentais)”, diz análise.

Entre os riscos, mais uma vez, o político. A XP acredita que o aumento da percepção de risco político para a empresa levou a uma queda relevante das suas ações, observada nos últimos meses. “Em nossa última revisão de preços, elevamos em 2% nosso de custo de capital pelo aumento de prêmio de risco político, dizem os analistas. Dentre os principais fatores que preocupam os investidores estão: mudanças na política de preços, como o abandono da paridade de preços internacionais e volta do subsídio dos combustíveis, além da mudanças na alocação de capital, implicando maiores despesas, maior capex, e até redução da eficiência, o que poderia comprometer a geração de caixa e também a distribuição de dividendos. A recomendação da XP é de compra e o preço-alvo R$ 35,70 para PETR3/PETR4, implicando um potencial de alta próximo de 42%.

“Destacamos que nossa recomendação de compra para as ações da companhia se ampara na manutenção da política de paridade de importação nos preços nos combustíveis, que tem na Lei das Estatais uma das suas principais defesas. Além disso, a governança corporativa da empresa a partir de 2023 segue com várias questões em aberto”, conclui a XP.