Vibra registra queda de 75,1% lucro líquido no primeiro trimestre, base anual

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São Paulo – A Vibra (antiga BR Distribuidora) registrou lucro líquido de R$ 81 milhões no primeiro trimestre de 2023, queda de 75,1% ou menor em R$ 244 milhões comparado com o mesmo período de 2022 (R$ 325 milhões), principalmente, pelo reconhecimento da operação de lojas de conveniência VEM no resultado do ano passado de R$ 437 milhões sem correspondência no trimestre atual. A empresa encerrou a parceria com a Americanas na rede após o anúncio do rombo contábil bilionário da varejista.

A companhia informou que para adequar-se à nova forma de gestão e relato interno de resultados da companhia, passou a reportar apenas dois segmentos de negócios da Vibra a partir deste trimestre: B2B e Retail, com B2B passando a englobar os atuais segmentos de Lubrificantes e Aviação; e Retail englobando o negócio de postos da companhia.

Já os resultados de joint ventures e demais participações em empresas serão reportados apenas sob o conceito de equivalência patrimonial, com seus resultados equivalente de Ebitda fazendo parte dos ajustes realizados para o cálculo do Ebitda ajustado da Vibra, que desta forma passa a refletir apenas o resultado das atividades de distribuição de combustíveis, lubrificantes e correlatos, nos segmentos de Rede de Postos e B2B, explicou a empresa, no relatório de resultados do 1T23.

A receita líquida ajustada foi de R$ 39,2 bilhões no período, 1,8% maior que o visto no mesmo intervalo do ano anterior.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado diminuiu 36,9% no trimestre e somou R$ 688 milhões ou R$ 74 por metro cúbico (m3), representando um aumento de R$ 190 milhões em relação ao quarto trimestre de 2022 (4T22), ao desconsiderarmos os efeitos de vendas de imóveis e base e os ganhos com recuperações tributárias extemporâneas ocorridos no 4T22.

Cabe destacar, ainda, que a perda com inventários de produtos ocorrida no 1T23 foi maior em R$ 391 milhões, na comparação com o 4T22, e foi compensada pela variação positiva do resultado do hedge de commodities de R$ 521 milhões no mesmo período de comparação, explicou a Vibra.

“Considerando a excepcionalidade e magnitude de tais eventos, entendemos ter feito importantes avanços, sob o prisma exclusivamente de nossas margens de comercialização.”

O volume de vendas foi de 9,3 bilhões de metros cúbicos (m/3) no trimestre, número 3,7% superior que o visto em igual período do ano passado, principalmente pelas maiores vendas do ciclo otto (+12%) e óleo combustível (+4,5%) compensado parcialmente pelas menores vendas de coque (-41%) e combustível de aviação (-1,9%). Já na comparação trimestral, houve uma redução de -7,2% nos volumes vendidos principalmente pelas menores vendas de coque (-27,3%), etanol (-14,3%), gasolina (-8,2%) e diesel (-4,1%) compensado parcialmente pelas maiores vendas de lubrificantes e
dos demais produtos.

Ao final do trimestre, a dívida líquida da Vibra era de R$ 12,6 bilhões, valor 23% maior que o mesmo período de 2022. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda ajustado, permaneceu em linha com o trimestre anterior, 2,7 vezes. “Tivemos uma redução de cerca de R$ 1,2 bilhão em nossa dívida líquida na comparação com o trimestre anterior, oriundo principalmente, da nossa forte geração de caixa operacional no período (+R$ 2,1 bilhão).”

Para tanto, a companhia destaca a redução de R$ 1,2 bilhão em seu estoque de produtos, devido à redução do preço médio das moléculas e, principalmente, pela redução de nossos volumes de produtos estocados.

“Como deixamos de reconhecer a equivalência patrimonial do resultado de nossas investidas em nosso Ebitda ajustado, houve uma leve alteração em nosso indicador de alavancagem, buscando trazer mais proximidade da geração de caixa real com a alavancagem da companhia”, explicou a empresa.

A Vibra encerrou o primeiro trimestre de 2023 com 8.381 postos em sua rede. “Focamos nas renovações contratuais e na atratividade da nossa bandeira, aperfeiçoando nossa proposta de valor com a convicção no resultado de mais postos no decorrer dos anos. Após um grande fluxo de negócios, entre renovações e novos embandeiramentos, no 4T22, focamos em ações para construir um novo portifólio de embandeiramentos que atendam os objetivos estratégicos da companhia, com uma rede de postos de serviços saudáveis e bem posicionada. Ao longo do 1T23 focarmos nas renovações
contratuais e no detalhamento dos planos de ação para os novos embandeiramentos de 2023.”