Sabesp informa adesão da prefeitura de SP à Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável

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Foto: Sabesp

São Paulo – A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou ontem que o município de São Paulo assinou Termo de Adesão à Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário 1 Sudeste (URAE1). Segundo o comunicado, este é um passo importante na formalização da URAE 1 que reforça a visão de prestação dos serviços de saneamento básico de forma regionalizada, nos termos do Novo Marco do Saneamento.

No comunicado, o Estado de São Paulo e o Município de São Paulo reafirma o compromisso de manutenção dos investimentos, atingimento das metas e repasse para o Fundo Municipal, nos termos contratuais atualmente vigentes, bem como concordaram em buscar soluções colaborativas e construtivas relacionadas ao Contrato de Prestação de Serviços Públicos de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário SABESP 199/10, firmado em 23 de junho de 2010, entre o Estado de São Paulo, o Município de São Paulo e a Sabesp.

Ontem o Governo de São Paulo publicou o decreto que aprimora a governança e a representatividade das Unidades Regionais de Serviços de Água Potável e Esgotamento Sanitário na prestação de serviços de saneamento básico no território paulista. A medida amplia as ações estaduais para antecipar metas de universalização o Novo Marco do Saneamento estabelece metas de 99% da população com acesso à água potável e 90% a coleta e tratamento de esgoto até 2033.

“O decreto é importante porque além de aprimorar a governança das Unidades Regionais, ele traz mais eficiência aos conselhos deliberativos, que serão os responsáveis por garantir os investimentos previstos para universalização de água e saneamento aos municípios”, disse o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

A secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, participaram do ato no Palácio dos Bandeirantes. A capital confirmou a adesão à regionalização e ficará no grupo de 370 municípios atendidos pela Sabesp, com poder de voto proporcional à população no conselho deliberativo.

“O critério que adotamos para estruturar a governança das Unidades Regionais é o de proporcionalidade em relação às populações dos municípios, respeitando também o conceito de titularidade da prestação dos serviços de saneamento em regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas. Ainda garantimos a representatividade de todos os entes e de populações rurais, originárias e tradicionais para avançar com a agenda da universalização, avaliou Natália Resende.

O principal benefício do decreto é dar efetividade e representatividade às Unidades Regionais. Embora tenham sido criadas em 2021, até agora não houve implementação prática dos conselhos deliberativos. Pelas novas regras, os conselhos passam a ter representantes do Governo do Estado, das prefeituras e da sociedade civil.

O poder de voto em cada unidade fica dividido em 37% para o Estado, 57% para os municípios e 6% para a sociedade civil. A novidade é que o decreto estadual passa a contemplar populações rurais, originárias e tradicionais no segmento social.

Os conselhos vão deliberar sobre a celebração de contratos, convênios, parcerias para serviços de abastecimento de água e saneamento. Também poderão opinar sobre alterações de prazo, objeto ou demais cláusulas dos acordos.

PRIVATIZAÇÃO

Para o Itaú BBA, este é um marco importante para o processo de privatização da Sabesp, pois a possível adesão de São Paulo às URAEs facilitaria para o estado negociar os termos da privatização com os municípios.

“Dado o tamanho da população da cidade de São Paulo e a parcela da população que vive em regiões metropolitanas, se a cidade de São Paulo e o estado de São Paulo concordarem com os termos da privatização, eles teriam poder suficiente para aprová-los, sem precisar de muito apoio dos demais municípios da URAE”, destacou o Itaú.

METAS DE SANEAMENTO

Para alcançar as metas de universalização do saneamento, o Governo de São Paulo conta com duas frentes de atuação. Uma delas é a desestatização da Sabesp, que ampliará a capitalização da companhia para que as metas do Novo Marco do Saneamento sejam atingidas em 2029 com redução tarifária e novas tecnologias.

Para as outras três unidades regionais, o Governo do Estado lançou o programa UniversalizaSP, que prevê apoio técnico à estruturação de novas concessões ou parcerias em municípios com serviços próprios de água e esgoto. O prazo para adesão das cidades à iniciativa vai até setembro.