RADAR DO DIA: Mercado de olho na crise política e Brexit

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Por Allan Ravagnani

Hoje os índices de bolsas internacionais operam em direções distintas, ainda com os investidores de olho nas negociações entre Estados Unidos e China, Brexit e questões locais, como temporada de balanços e crise política.

Crise que aqui no Brasil é uma constante. O mercado olha com atenção para o início do julgamento no STF sobre a prisão a partir da condenação em segunda instância, o que pode beneficiar políticos condenados em julgamentos da Lava Jato.

Ontem a Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao presidente do PSL, Luciano Bivar e ao PSL em Pernambuco. A investigação é sobre candidaturas laranjas do partido no Estado, se arrastava desde março, mas só foi autorizada pela Justiça anteontem.

Lourdes Paixão, candidata a deputada pelo PSL-PE, recebeu R$ 400 mil da sigla, mas obteve somente 274 votos. O líder do partido na Câmara, deputado delegado Waldir tentou obstruir a votação de uma medida provisória do governo quando soube da operação.

Ainda ontem, um ex-servidor do deputado estadual de SP, Gil Diniz, acuso o parlamentar de fazer rachadinha no gabinete da Alesp. Diniz, o “Carteiro Reaça”, é braço direito de Eduardo Bolsonaro e seu indicado para disputar a prefeitura de São Paulo.

PRÉ-SAL

O Senado aprovou, por 68 votos a 0, o projeto de divisão dos recursos do leilão do pré-sal. O governo espera arrecadar R$ 106,5 bilhões. Estados e municípios receberão 10,9 bilhões. O projeto foi encaminhado para Bolsonaro e, sancionado, deixa de obstruir a Previdência na pauta.

INTERNACIONAL

O premiê britânico Boris Johnson tem a minuta de acordo com a União Europeia para que o Brexit ocorra.

No acordo, a Irlanda do Norte teria uma fronteira aberta com o mercado comum europeu, uma concessão que ele havia garantido não fazer. Boris terá de aceitar o desgaste pelo qual terá de passar ao voltar atrás.

Não basta sua assinatura. Ele precisará convencer também a Câmara dos Comuns de que o negócio é bom. Os votos do um terço que não deseja sair da UE, não conseguirá. Precisará, então, dobrar aquele terço linha-dura pró-Brexit, que gostaria de um corte abrupto sem ceder em nada, diz o “Guardian”.

EMPRESAS

A Renova Energia, coligada da Cemig, ajuizou pedido de recuperação judicial com dívidas de R$ 3,1 bilhões totais, sendo R$ 11,7 milhões no âmbito trabalhista e R$ 3,1 bilhões para bancos (com e sem garantia real) e demais credores quirografários e/ou micro e pequena empresas.

Ontem, a Light Energia concluiu a venda de sua participação na Renova para o CGI, fundo de investimento em participações Multiestratégia. O valor da transação foi sumbólico de R$ 1,00.

As vendas líquidas da MRV no terceiro trimestre deste ano aumentaram 18,8% na comparação com igual período do ano passado, atingindo R$ 1,395 bilhão, informou a empresa.

A Petrobras estendeu até o dia 21de outubro o prazo de notificação para as empresas expressarem seu interesse na oportunidade referente à venda de oito blocos exploratórios em terra, localizados na Bacia do Recôncavo, na Bahia.

A estatal também assinou cartas de intenção com a japonesa Modec e com a malasiana Yinson para o afretamento por 25 anos de duas plataformas FPSO nas unidades Marlim 1 e 2, com início da produção previsto para 2022 e 2023.

A Estácio afirmou que está em tratativas com o grupo Adtalem, dono do Ibmec e do Damásio Educacional, sobre seus ativos no Brasil. A empresa, no entanto, afirmou que não há nenhuma decisão de compra sobre qualquer ativo. Ontem, a “Agência Estado” noticiou que a companhia negociava a compra do grupo por R$ 2 bilhões.   

O volume de energia vendido pela Energias do Brasil (EDP) no terceiro trimestre deste ano aumentou 0,1% para 6.170.080 megawatts (MW).

O Grupo CCR pagará em 31de outubro R$ 940 milhões aos acionistas a título de dividendos intermediários.  A cifra equivale a R$ 0,46534653466 por ação.

O Banco Bradesco confirmou o falecimento do ex-presidente Lázaro de Mello Brandão, hoje, aos 93 anos. Nascido em Itápolis, no interior de São Paulo, era economista e deixou esposa, duas filhas e um neto.