RADAR DO DIA: Atenção à divulgação de indicadores macro, calote da Americanas e falas de Lula sobre economia

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Foto: Anna Nekrashevich / Pexels

São Paulo – Os investidores acompanham indicadores macroeconômicos nos Estados Unidos, após dados fracos na véspera que reativaram as preocupações com recessão e aumento de juros. Hoje, saem dados de emprego, vendas de casas novas e manufatura e haverá discursos de autoridades do Federal Reserve (FED, o banco central norte-americano).

Por aqui, o mercado acompanha a divulgação da taxa de desemprego de novembro medida pela PNAD contínua, enquanto digere os novos impactos do rombo bilionário da Americanas, que indicam que o risco de calote pode tirar pelo menos R$ 7 bilhões dos bancos. O caixa da varejista também teria caído para R4 800 milhões, de R$ 7,8 milhões, segundo o site “Pipeline”, do “Valor Econômico”.

Nesta quinta-feira, notícias apontam que o Bradesco reteve mais de R$ 450 milhões do caixa da Americanas, poucas horas depois do BTG Pactual conquistar no judiciário o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão da Americanas sob custódia do banco.

Assim, ganha força a tendência de bloqueios de recursos em série e de recuperação judicial da varejista.

O mercado também deve repercutir as críticas do presidente Luís Inácio Lula da Silva à independência do Banco Central, que considerou uma bobagem, em entrevista à jornalista Natuza Nery, na GloboNews, além de atrelar a meta de inflação de 3% a juros mais altos.

Em resposta a pergunta sobre qual será o novo regime fiscal a ser implementado no Brasil, Lula respondeu:

“A minha divergência é o seguinte: nesse país se brigou muito para ter um Banco Central independente achando que ia melhorar o quê? Sabe, eu posso te dizer com a minha experiência, é uma bobagem achar que um presidente do Banco Central independente vai fazer mais do que fez o Banco Central quando o presidente é quem indicava. Eu duvido que esse presidente do Banco Central seja mais independente do que foi o [Henrique] Meirelles. Duvido. Por que o banco independente da inflação estar do jeito que está, sabe, e os juros estar do jeito que está. Sabe? Veja, você estabeleceu uma meta de inflação de 3.7%, quando você faz isso, você é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir aqueles 3.7%. Por que precisava fazer 3.7%? Por que não fazer 4.5, como nós fizemos?

O que nós precisamos nesse instante é o seguinte, a economia brasileira precisa voltar a crescer, e nós precisamos fazer distribuição de renda, nós precisamos fazer mais política social. Se você pegar todos os dados econômicos, você vai ver que durante a pandemia, quem era rico ficou mais rico, os poderosos ficaram muito mais ricos, e o povo ficou mais pobre.”

No radar corporativo, o Banco do Brasil indicou Carla Nesi para ocupar o cargo de Vice-Presidente de Negócios de Varejo, Felipe Guimarães Geissler Prince para ocupar o cargo de Vice-Presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos e Marisa Reghini Ferreira Mattos foi indicada para ocupar o cargo de Vice-Presidente de Negócios Digitais e Tecnologia.