Projeções apontam recessão global de poucos precedentes, avalia ata do Copom

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São Paulo – Em relação à economia global, o Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou, durante a reunião deste mês, que as projeções apontam para uma recessão global de poucos precedentes históricos. Segundo o Comitê do Banco Central, diferentemente de outras crises mais recentes, em que o epicentro estava localizado no Hemisfério Norte, na atual, ela se desloca para todos os países, juntamente com a pandemia.

Ainda assim, o Copom entende que, assim como em outras crises internacionais, o aumento da aversão ao risco e a consequente realocação de ativos tornam o ambiente desafiador para os países emergentes. “Esses dois fatores ajudam a explicar a saída de capitais de países emergentes significativamente superior à ocorrida em episódios anteriores”, diz a ata da reunião, realizada na semana passada.

Nesse sentido, o Copom entende que a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado. Contudo, o Comitê do BC avalia que há potenciais limitações para o grau de ajuste adicional. Para o Copom, “a trajetória fiscal ao longo do próximo ano, assim como a percepção sobre sua sustentabilidade, serão decisivas para determinar o prolongamento do estímulo”.

O Comitê discutiu, então, a potencial existência de um “limite efetivo mínimo” para a taxa básica de juros brasileira. Segundo a ata da reunião, a maioria dos membros ponderou que o limite seria “significativamente maior” em economias emergentes do que em países desenvolvidos, devido à presença de um prêmio de risco. Por outro lado, um membro argumentou que, em princípio, não há razão para a existência de tal limite mínimo operacional.

Olívia Bulla / Agência CMA