Prejuízo da Magazine Luiza cresce 142,5% no primeiro trimestre de 2023, a R$ 391,2 milhões

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Fachada de Loja do Magine Luiza

São Paulo – A Magazine Luiza divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com prejuízo líquido ajustado de R$ 391,2 milhões, aumento de 142,5% em comparação com o prejuízo de R$ 161,3 milhões registrados mesmo período do ano passado.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 324,1 milhões, queda de 4,5% em comparação ao primeiro trimestre de 2022.

A receita líquida fechou em R$ 9,06 bilhões, alta de 3,5% em relação primeiro trimestre do ano passado. A margem Ebitda recuo 0,3 ponto percentual (p.p.), chegando a 3,6%.

“O crescimento das vendas em conjunto com o aumento da margem de contribuição do marketplace contribuiu para o crescimento do Ebitda ajustado, que atingiu R$ 448 milhões. A diminuição da margem bruta foi praticamente compensada pela diluição das despesas operacionais, mantendo a margem Ebitda ajustada praticamente estável no patamar de 4,9%. No mesmo período, o resultado líquido ajustado foi negativo em R$ 309,4 milhões, influenciado pela alta taxa de juros e pela sazonalidade das despesas financeiras”, explicou a varejista.

As vendas totais, incluindo lojas físicas, e-commerce com estoque próprio (1P) e marketplace (3P) cresceram 10,1% e atingiram R$ 15,5 bilhões, reflexo do aumento de 11,1% no ecommerce total (crescimento médio anual de 40,4% em três anos) e um crescimento de 7,5% nas lojas físicas (crescimento médio anual de 5,8% em três anos).

O percentual das despesas operacionais ajustadas em relação à receita líquida atingiu 22,3%, com redução de 0,4 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado.

“Com o aumento do marketplace, é importante analisar as despesas em relação as vendas totais (GMV). Nesse conceito, a diluição foi de 1,0 p.p., alcançada principalmente por meio da otimização das despesas de marketing e logística, bem como da diminuição das despesas administrativas”, explicou a companhia.

A posição de caixa total fechou em R$ 7,1 bilhões, considerando caixa e aplicações financeiras de R$2,2 bilhões e recebíveis de cartão de crédito disponíveis de R$ 4,9 bilhões. No trimestre, a geração de caixa foi influenciada pela sazonalidade do capital de giro. Entretanto, nos últimos 12 meses, o fluxo de caixa das operações, ajustado pelos recebíveis, atingiu R$ 1,3 bilhão. Adicionando-se os recursos do novo acordo com a Cardif, anunciado em maio/23, a posição total de caixa ajustado seria de R$ 8,1 bilhões.

“A variação do saldo total de caixa nos últimos 12 meses está totalmente associada aos investimentos no valor de R$ 699,0 milhões e ao pagamento das aquisições, especialmente da última parcela da Kabum no valor de R$ 500 milhões, salientou o balanço.

O TPV de Cartão de Crédito foi de R$ 13,6 bilhões, crescendo 10,5% no período. As vendas dentro do Magalu para clientes do Cartão Luiza e do Cartão Magalu, reconhecidos pela fidelidade e maior frequência de compra, foram de R$ 1,9 bilhão. O faturamento nos cartões de crédito fora do Magalu cresceu 14,7% para R$ 11,7 bilhões.

A carteira vencida de 15 dias a 90 dias (NPL 15) representou apenas 3,7% da carteira total em mar/23, uma variação de 0,4 p.p. em relação a dez/22. A carteira vencida acima de 90 dias (NPL 90) foi de 10,6% em mar/23, uma variação de 0,4 p.p. em relação a dez/22. Essa variação está relacionada a sazonalidade do primeiro trimestre, bem como o aumento da inflação e da taxa de juros no país.

As despesas de PDD líquidas de recuperação representaram 3,2% da carteira total. O índice de cobertura da carteira vencida foi de 141% em mar/23, relativamente estável em relação a dez/22. O montante de provisões se manteve em patamares bastante conservadores, significativamente maior que em mar/22. A carteira de crédito totalizou R$20,2 bilhões ao final do 1T23, um aumento de 8,5% em relação ao 1T22.