Pico de uso de combustíveis fósseis chegará antes de 2030, diz World Energy Report, da AIE

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Foto: Exxon Mobil

A Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou hoje (24) o World Energy Report, que traz um panorama sobre o uso de energia (fóssis e renovável) no mundo.

Segundo a entidade, a procura global de combustíveis fósseis deverá atingir o seu pico antes do final da década, com choques no sistema energético global causados pela incerteza geopolítica, acelerando a mudança para energia renovável.

“Um legado da crise energética global poderá ser o início do fim da era dos combustíveis fósseis: o impulso por detrás das transições para energias limpas é agora suficiente para que a procura global de carvão, petróleo e gás natural atinja um ponto alto antes de 2030”, diz o relatório.

Por conta do aquecimento global, a AIE prevê que o uso de energia renovável será cada vez maior, visto que é uma fonte de energia que emite bem menos gases de efeito estufa.

“O investimento em energia limpa aumentou 40% desde 2020. O esforço para reduzir as emissões é um dos principais motivos, mas não o único. Os argumentos econômicos a favor de tecnologias maduras de energia limpa são fortes. A segurança energética é também um fator importante, especialmente nos países importadores de combustíveis, tal como o são as estratégias industriais e o desejo de criar empregos em energias limpas”.

Os incentivos para o uso de energia limpa, segundo a AIE, vem principalmente por conta dos governos. “As políticas que apoiam a energia limpa estão dando resultados à medida que o ritmo previsto de mudança acelera nos principais mercados em todo o mundo”.

Já a venda de veículos à combustão vem caindo. “As vendas de automóveis e veículos de duas/três rodas com motores de combustão interna estão bem abaixo de onde estavam antes da pandemia de Covid-19”.

Por fim, a redução no uso de combustíveis fósseis não significa o fim dos investimentos. “O fim da era de crescimento dos combustíveis fósseis não significa o fim do investimento em combustíveis fósseis, mas enfraquece a justificação para qualquer aumento nas despesas”.