Pandemia, provisão e impairment impactam prejuízo da CVC no 1T20

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Foto divulgação: CVC Viagens

São Paulo – A CVC Corp registrou prejuízo líquido ajustado, que engloba o percentual da receita sobre as reservas totais, de R$ 72,9 milhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo o lucro ajustado visto um ano antes. O lucro líquido, por sua vez, reverteu o resultado positivo na base anual e teve prejuízo de R$ 1,151 bilhão no período. 

A receita líquida teve queda de 35,9% no trimestre e alcançou R$ 289,6 milhões. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 12,5 milhões no período, 90,5% menor que o visto na comparação anual. 

No âmbito operacional, as reservas totais somaram R$ 3,744 bilhões, queda de 23,9% ante igual intervalo do ano anterior. As reservas confirmadas tiveram retração de 31,1% no primeiro trimestre de 2020, para R$ 3,276 bilhões na mesma base de comparação.

No Brasil, a empresa teve prejuízo líquido ajustado de R$ 30,2 milhões na comparação anual, revertendo o resultado positivo de um ano antes. O prejuízo líquido alcançou R$ 935,4 milhões no trimestre, revertendo o lucro líquido de R$ 33,7 milhões há um ano.

A receita líquida nas operações brasileiras, por sua vez, totalizou R$ 239,8 milhões no trimestre, queda de 38,1% na base anual. O ebitda ajustado no Brasil alcançou R$ 28 milhões no período, 78,9% inferior que o visto no mesmo trimestre de 2019.

As reservas totais no Brasil somaram R$ 3,148 bilhões no período, queda de 24,6% ante o mesmo período do ano anterior. As reservas confirmadas registraram retração de 33,1% no trimestre, para R$ 2,680 bilhões na mesma base de comparação.

Ao final do trimestre, o endividamento líquido da operadora de viagens era de R$ 1,501 bilhão, alta de 4,16% na comparação anual. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda ajustado, encerrou o período em 3,17 vezes.

No relatório de resultado, a CVC explicou que tem implementado com sucesso as ações de redução de custos, buscas de eficiência operacional e de proteção de caixa, sendo que a maior parcela do endividamento tem vencimento a médio e longo prazo.

De um endividamento total na ordem de R$ 2 bilhões, R$ 600 milhões vencem em novembro de 2020 e a Companhia está avaliando alternativas de captação e/ou rolagem com os credores. O saldo de caixa e equivalentes de caixa ao final de setembro era de R$ 1,526 bilhão

No trimestre, as despesas associadas ao covid-19 para repatriação de passageiros e perdas de créditos por volume com companhias aéreas foi de R$ 10 milhões, enquanto a provisão foi de R$ 64,7 milhões feita de maneira prospectiva considerando efeito estimado até dezembro 2020.

A companhia considera que o fato de alguns clientes buscarem cancelamento ou revisão dos seus planos de viagem, além de uma situação econômica mais desafiadora por conta da pandemia, deve resultar em um aumento na inadimplência sobre a carteira própria de financiamento.

No período, a CVC também fez um impairment de R$ 637,5 milhões referentes a ativos intangíveis oriundos do processo de aquisição de empresas, principalmente aquelas localizadas na Argentina em razão da redução significativa nas operações ao longo de 2020 e as perspectivas relacionadas à retomada das atividades do setor de viagens e turismo que indicam impossibilidade de recuperação de certos ativos.