Moagem no Centro-Sul totaliza 34,82 milhões de toneladas em abril, diz Unica

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São Paulo – A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) informou que a segunda quinzena da safra 2023/2024 foi marcada por um ritmo mais lento da produção em relação ao ciclo anterior em função do nível de chuvas mais intensos que inviabilizam a operacionalização da colheita da cana-de-açúcar.

Foram processadas 21 milhões de toneladas frente a 24,01 milhões da safra 2022/2023 o que representa uma retração de 12,54%. No acumulado da safra 2023/2024, a moagem atingiu 34,82 milhões de toneladas, ante 29,30 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2022/2023 um avanço de 18,82%.

Em razão das condições climáticas, o ritmo da moagem na segunda metade de abril da safra 2023/2024 ficou aquém do processamento histórico potencial de cana-de-açúcar para o período. Estima-se que as unidades produtoras sofreram uma perda de 10 dias de colheita, nesse primeiro mês da safra.

Na segunda metade de abril, 44 unidades deram início à safra 2023/2024. Ao término da quinzena, permanecem em operação 209 unidades no Centro-Sul, sendo 197 unidades com processamento de cana-de-açúcar, 7 empresas que fabricam etanol a partir do milho e 5 usinas flex. No mesmo período, na safra 2022/2023, havia 184 unidades produtoras em atividade.

A despeito da queda na moagem, a qualidade da matéria-prima registrou melhora, de modo que o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de abril foi de 112,79 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, contra 110,22 kg por tonelada na safra 2022/2023 variação positiva de 2,34%. No acumulado do mês, o indicador marca o valor de 110,88 kg de ATR por tonelada (+2,54%).

PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ETANOL

A produção de açúcar na segunda quinzena de abril totalizou 988,97 mil toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 2022/2023 de 934,27 mil toneladas, representa um aumento de 5,85%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 1,53 milhão de toneladas, contra 1,07 milhão de toneladas do ciclo anterior (+43,65%).

Na segunda metade de abril, 977,91 milhões de litros (-11,19%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 630,17 milhões de litros (-27,59%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 347,74 milhões de litros (+50,70%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 30 de abril, a fabricação do biocombustível totalizou 1,76 bilhão de litros (+17,45%), sendo 1,12 bilhão de etanol hidratado (-10,42%) e 634,40 milhões de anidro (+161,17%).

Do total de etanol na segunda quinzena da safra, 20% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 195,91 milhões de litros neste ano, contra 116,54 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2022/2023 aumento de 68,10%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 432,25 milhões de litros – avanço de 53,83% na comparação com igual período do ano passado.

VENDAS DE ETANO

No mês de abril, as vendas de etanol totalizaram 2,08 bilhões de litros, o que representa uma queda de 5,97% em relação ao mesmo período da safra 2022/2023. A quebra por produto compreende uma comercialização de 1,21 bilhão de litros de hidratado (+14,17%) e 870,25 milhões de litros de etanol anidro (+8,44%).

Quanto aos negócios realizados em mercado doméstico, o volume de etanol hidratado totalizou 1,12 bilhão de litros, o que significa uma queda de 18,46% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda de etanol anidro, por outro lado, atingiu a marca de 833,77 milhões de litros, o que representa um crescimento de 13,78%.

O cenário supracitado se inverte para as transações relacionadas à exportação, cujo volume de etanol hidratado variou positivamente em 143,52% no mês de abril, registrando 90,76 milhões de litros comercializados, enquanto o etanol anidro desfrutou de uma queda de 47,70% e vendas de 36,48 milhões de litros.

MERCADO DE CBIOS

Dados da B3 registrados até o dia 09 de maio indicam a emissão de 10,93 milhões de CBios em 2023. Até a data supracitada, a parte obrigada do programa RenovaBio havia adquirido cerca de 44,30 milhões de créditos de descarbonização. Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada em 2021 somada com os créditos adquiridos em 2022 e 2023, até o momento, estejam eles ativos ou aposentados. O horizonte temporal selecionado cobre as aquisições que compreenderão os créditos utilizados para atendimento das metas de 2022, cujo prazo havia sido postergado, e 2023.