Mercado de capitais não combina com incertezas, diz presidente da B3

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São Paulo – O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, disse que a perspectiva para atrair os investidores pessoa física para o mercado de capitais em 2024 prevê iniciativas com foco em educação financeira e direcionadas ao público jovem. Mas a avalição é que as incertezas globais devem continuar afastando os grandes investidores internacionais.

“O mercado de capitais não combina com incertezas. Fomos atropelados por uma agenda internacional de incertezas, mas nosso mercado de capital mudou de patamar. Obviamente, os investidores estrangeiros esperar a normalização dessas incertezas para fazer suas alocações”, comentou o presidente da B3, em evento da companhia com participação do presidente do BC, organizado pelo “Estadão” nesta segunda-feira em São Paulo (SP).

Ele avalia que a concorrência entre as emergentes também influencia, com o México e India competindo com o Brasil. “O Brasil tem um mercado fértil para captar esses investimentos, que perdeu nos últimos anos.”

Para ofertas primárias (IPOs) e secundárias de ações (follow ons), ele disse que é preciso ter demanda de investidores e que há diversas empresas se preparando para lançar suas ofertas em um momento mais oportuno.

As mudanças no setor de distribuição também deve continuar atraindo os investidores para o mercado de crédito, avalia o CEO da B3, que mostrou perspectiva positiva para essas alocações.

O mercado vem caindo, com volume médio diário de ações (ADTV) de R$ 34,4 bilhões em 2021, R$ 30,7 bilhões em 2022 e R$ 27 bilhões nos últimos seis meses, acompanhando o mercado internacional, segundo o CEO da B3.

“O mercado de ações não está fechado. Os investidores continuam atentos, mas claro que o mercado está mais restrito, por conta do cenário de juros”, disse Finkelsztain.

Ele também destacou o mercado de BDRs, que totaliza R$ 1,1 milhão e 1068 BDRs listados. “É uma forma de investir em ações no exterior.”

O mercado de Tesouro Direto cresceu de 500 mil investidores em dezembro de 2014 para 2,4 milhões de investidores em setembro deste ano. O estoque cresceu de R$ 20 bilhões para R$ 120 bilhões no mesmo período.

O número de investidores em ações no Brasil ainda é baixo em comparação com outros países e atualmente representa 2% da população contra 57% no mercado norte-americano, 30% no Reino Unido, por exemplo, disse o presidente da B3.

Finkelsztain avalia que a digitalização do setor de investimentos trouxe impactos positivos ao mercado de ações.