MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Mercado Gráfico Percentual
Foto: Svilen Milev / freeimages.com

São Paulo – O Ibovespa segue acelerando perdas, se descolando de Bolsas no exterior, pressionado pelas viradas de ações de bancos e da Petrobras, além de maiores quedas de ações de varejistas.

Investidores embolsam lucros à espera de novidades e de balanços que serão divulgados ao longo da semana, principalmente do setor de varejo. A questão fiscal também está no radar e preocupa o mercado.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 1,11%, aos 101.630,35 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava recuo de 1,10%, aos 101.590 pontos.

“Vamos ter mais balanços de varejo a partir desta semana e pode ser que vejamos alguns dados piores. Algumas ações como as do Magazine Luiza também já subiram muito”, disse o sócio da RJI Gestão e Investimentos, Rafael Weber. Entre os balanços previstos para esta semana estão os da Via Varejo, Lojas Americanas, B2W, Hering e Raia Drogasil, enquanto os do Magazine Luiza serão divulgados na semana que vem.

As maiores perdas do Ibovespa no momento são da Totvs, do Magazine Luiza e da Hering. Os papéis de bancos também seguem mostrando fraqueza e passaram a operar em leve queda, caso do Bradesco. O setor tem sido pressionado entre outros motivos por mudanças regulatórias, como o projeto de lei aprovado na semana passada pelo Senado que prevê limite de juros sobre cartão de crédito e cheque especial.

No cenário externo, por sua vez, há algum alívio depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, assinou decretos para estender estímulos econômicos, já que republicanos e democratas não chegaram a um acordo sobre o pacote de ajuda. Para democratas, porém, a “canetada” de Trump é inconstitucional e ineficiente, deixando de fora questões importantes.

Weber ainda destaca que com o Ibovespa acima de 100 mil pontos, investidores começaram a olhar outras questões, além de mostrarem cautela em relação à situação fiscal do Brasil.

“A Bolsa já precificou uma melhora após a pandemia, agora, tem que olhar mais para frente, se a retormada vai continuar e qual vai ser a duração dos estímulos para manter essa recuperação. Tem a preocupação fiscal de quanto o governo terá que gastar, se vai alterar o teto de gastos”, disse.

O dólar comercial operou em queda durante toda a manhã, virando e passando a subir no início da tarde. A moeda norte-americana caia com investidores reagindo ao decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estendendo os benefícios aos desempregados. Ainda do lado positivo, indicadores econômicos melhor do que o previsto na China trazem otimismo. Por outro lado, o mercado segue atento ao conflito entre Estados Unidos e China.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,14%, sendo negociado a R$ 5,4200 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2020 apresentava retração de 0,38%, cotado a R$ 5,423.

“A semana começa com a assinatura do presidente norte-americano, Donald Trump, no que se refere à quatro decretos trazidos à luz da realidade no final de semana. Apesar de minimamente controversos, vide os questionamentos da autoridade de Trump de estender benefícios federais por decreto executivo feitos por alguns republicanos e democratas, a medida visa combater as mazelas causadas pela pandemia da covid-19”, afirmou, em relatório, Pedro Molizani, Trader Mesa de Câmbio Travelex Bank.

No final de semana, Trump autorizou, por meio de decretos, a extensão do benefício a desempregados, de US$ 400 por semana, abaixo do valor anterior de US$ 600 que venceu há 10 dias. Segundo Ricardo Filho, da Correparti Corretora, investidores estão “otimistas” com a extensão de estímulos nos Estados Unidos e ainda com número melhores que o esperado de deflação da China, mas lembra que a “canetada” de Trump, pode ter repercussões negativas.

“Apesar da animação inicial com a decisão unilateral de Trump de conceder benefícios federais à desempregados e de reduzir temporariamente impostos sobre salários, os investidores passaram a se questionar se tais ordens executivas teriam realmente validade em função de questões legais”. disse. Para democratas, o decreto é inconstitucional e ineficiente, deixando de fora questões importantes.

A tensão entre China e Estados Unidos também pode trazer volatilidade, depois que o país asiático anunciou que vai impor sanções a 11 cidadãos norte-americanos, incluindo os senadores republicanos Ted Cruz e Marco Rubio, por suas posições sobre Hong Kong, em retaliação a medidas semelhantes que a Casa Branca impôs contra autoridades de Hong Kong na sexta-feira.

Molizani explicou ainda que “a euforia ecoada pela notícia [assinatura do decreto] e também por alguns indicadores econômicos chineses que vieram acima do esperado tem seus efeitos contidos frente ao preocupante avanço do surto do novo coronavírus em solo estadunidense conjuntamente com as tensões entre Estados Unidos e China”.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) apagaram o viés positivo exibido logo na abertura do pregão e passaram a oscilar entre margens estreitas, com os investidores em compasso de espera pela ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser conhecida amanhã. Os investidores também monitoram o cenário externo e o comportamento do dólar.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 2,67%, de 2,65% do ajuste anterior, ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,79%, de 3,76% do ajuste da última sexta-feira; o DI para janeiro de 2025 estava em 5,48%, de 5,40%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,44%, de 6,35%, na mesma comparação.