MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Myles Davidson / freeimages.com

São Paulo – Após um dia de otimismo no mercado de ações, com uma valorização de quase 2%, o Ibovespa abre nesta sexta-feira em campo negativo acompanhando o mercado internacional, principalmente devido à alta dos títulos da dívida norte-americana.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,81%, aos 114.047,77 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava recuo de 0,40%, aos 114.195 pontos.

Segundo uma fonte, existe um temor de que a alta dos juros leve os investidores a saírem do mercado de ações e apostarem nos títulos, por terem a garantia do governo norte-americano.

Por outro lado, o receio do mercado fica por conta de que a alta de inflação possa fazer com que os Bancos Centrais autorizem a elevação dos juros e a redução dos estímulos para combater a pandemia, afirmam os analistas da Mirae Asset.

O dólar comercial tem alta firme frente ao real na primeira parte dos negócios, mas opera abaixo dos R$ 5,60, acompanhando o exterior onde a moeda ganha terreno ante os pares e as divisas de países emergentes em meio à uma nova alta dos rendimentos das taxas de juros futuros dos títulos do governo norte-americano, as treasuries, com o vencimento de 10 anos (T-Note) operando acima de 1,60%.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,45%, cotado a R$ 5,5650 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2021 apresentava avança de 0,46%, cotado a R$ 5,568.

As treasuries sobem na esteira do temor global em relação à alta da inflação, principalmente nos Estados Unidos, o que pode levar os Bancos Centrais a iniciar um ciclo de aperto monetário ou até reduzir estímulos para combater a pandemia do coronavírus. Em sessão de agenda esvaziada, há pouco, saiu o índice de preços ao produtor norte-americano, no qual subiu 0,5% em fevereiro, dentro do esperado pelo mercado.

O diretor de uma corretora nacional destaca que o novo leilão de venda de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólares no mercado futuro, no qual o Banco Central (BC) colocou no mercado US$ 750,0 milhões, corrobora para uma alta menos pressionada frente ao real, já que a maioria das moedas emergentes têm quedas significativas.

“Caso a moeda continue pressionada ao longo da sessão, não é de descartar novas intervenções do BC, que tem se mostrado mais presente no câmbio”, comenta. Foi o terceiro dia seguido de leilão no mercado futuro.

O diretor da Amplla Assessoria em Câmbio, Alessandro Faganello, acrescenta que a operação de swap cambial tradicional é um dos instrumentos usados nos efeitos da desvalorização cambial e inflação. “O Banco Central remunera a contraparte pagando a variação cambial daquele período e recebe taxa Selic, inibindo especuladores no mercado futuro”, explica.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) apresentam viés de alta hoje, com os investidores refletindo os temores com uma bateria de fatores negativos para os ativos de risco mesmo depois de o Banco Central (BC) ter promovido um leilão de contratos de swap cambial logo pela manhã.

Além da retomada da alta dos yields das Treasuries nos EUA, os investidores repercutem a pandemia, a perspectiva de elevação da taxa básica de juro na semana que vem e as sucessivas ações do BC na taxa de câmbio com o objetivo de evitar um choque ainda maior na Selic.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,18%, de 4,130% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,94%, de 5,905%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,42%, de 7,37% ontem; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,97%, de 7,90%, na mesma comparação.