MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa firmou-se em queda diante da reação negativa dos investidores ao acordo da Vale com a Justiça e o governo de Minas Gerais. Inicialmente, as ações da mineradora subiam e puxavam para cima o principal índice da B3.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,13% aos 119.566,58 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2021 apresentava recuo de 0,23% aos 119.555 pontos.

Os papéis da Vale reagiam na abertura à forte alta do preço internacional do minério de ferro e ao resultado positivo da produção no último trimestre do ano passado, mantendo o Ibovespa confortavelmente na faixa dos 120 mil pontos na primeira hora de pregão.

Entretanto, as ações da mineradora apagaram a alta e passaram a cair depois da divulgação dos termos do acordo entre a mineradora, a Justiça e o governo de Minas Gerais para reparação dos danos socioeconômicos e socioambientais causados pelo rompimento da barragem em Córrego do Feijão, em Brumadinho.

No campo positivo, as ações do Bradesco avançam com vigor desde o início da sessão depois de a instituição financeira ter registrado números acima da expectativa dos analistas no quarto trimestre de 2020.

E enquanto a temporada de balanços avança aqui e lá fora, a economia global se recupera de forma desigual e titubeante e o presidente Joe Biden enfrenta resistência à aprovação de seu pacote de estímulo à economia dos Estados Unidos.

Diante disto, parte dos investidores questiona se os preços dos ativos de risco não estariam refletindo um otimismo exagerado em um momento no qual a disseminação da pandemia segue fora de controle apesar do avanço da vacinação pelo mundo, limitando o apetite por risco nos mercados internacionais.

No cenário político local, o cumprimento das elevadas expectativas dos investidores com a eleição de aliados do presidente Jair Bolsonaro às presidências da Câmara e do Senado ainda depende de o governo pagar a conta pelo amplo acordo que garantiu a vitória no Congresso. Depois de distribuir bilhões para emendas parlamentares em um momento no qual alega não ter dinheiro para nada, o governo esboça uma minirreforma ministerial para terminar de atender às promessas pendentes em troca do apoio.

Depois disto, antes de qualquer agenda de reformas e privatizações que o ministro da Economia Paulo Guedes tenha em mente, o Congresso terá de lidar com a aprovação do orçamento para 2021, buscando espaço para retomar o auxílio sem furar o teto de gastos. E isto depende de articulação e interlocução política, o que é visto por diversos setores como uma das principais deficiências do atual governo.

“Falta combinar com os russos”, comentou André Perfeito, economista-chefe da Necton Corretora, em live promovida pela Agência CMA, em alusão a frase atribuída a Garrincha.

O dólar comercial oscila forte na primeira parte dos negócios, mas exibe tendência de alta, renovando máximas acima de R$ 5,40, acompanhando o movimento externo, onde a moeda norte-americana ganha terreno ante as moedas pares e de países emergentes. Investidores seguem atentos às negociações sobre o pacote de estímulo fiscal nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,85%, cotado a R$ 5,4150 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2021 apresentava avanço de 1,27%, cotado a R$ 5,418.

“A moeda abriu em alta acompanhando o exterior e depois passou a cair aqui com um fluxo de entrada de investidor para a bolsa [de valores, a B3]. Agora, voltou a subir seguindo o fortalecimento do dólar lá fora, em um movimento bem volátil, sem grandes fatos”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

O analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi, ressalta que nos Estados Unidos seguem as negociações entre republicanos e democratas para o novo valor do pacote de estímulo. O presidente Joe Biden apresentou uma ajuda à economia norte-americana no valor de US$ 1,9 trilhão. O receio dos investidores é de que o montante aprovado seja menor, enquanto os indicadores mostram uma recuperação econômica lenta no país em meio ao avanço do novo coronavírus.

Depois de iniciarem a sessão com leves oscilações, as taxas dos contratos de juros futuros (DIs) chegam ao final do período matutino em alta firme. O movimento de recomposição de prêmios ocorre após a euforia com o resultado das eleições para as presidências na Câmara e no Senado, com os investidores à espera de novidades sobre a pauta de votações no Congresso. O tradicional leilão de títulos do Tesouro também pressiona.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,350%, de 3,345% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,855%, de 4,785% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,27%, de 6,20%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,94%, de 6,88%, na mesma comparação.