MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Paciente é levado ao hospital Mount Sinai Nova York / Foto: ONU

São Paulo – Após o Ibovespa chegar a ensaiar uma alta, o viés de queda voltou a prevalecer com maior cautela no exterior diante do avanço da segunda onda da pandemia de coronavírus nos Estados Unidos e na Europa. Investidores também monitoram declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que falou sobre a reforma tributária e sobre a possibilidade de manutenção do auxílio emergencial no caso de uma segunda onda no Brasil.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,72%, aos 104.044,66 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 0,98%, aos 104.095 pontos.

“Após o rali recente no mercado acionário global o movimento desde ontem é de cautela. O aumento de casos de covid-19 na Europa e Estados Unidos volta a preocupar, mesmo com o avanço da criação da vacina, que deve chegar ao mercado entre dezembro e o primeiro trimestre do ano que vem”, disse o analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi.

Os Estados Unidos registraram um novo recorde de casos diários de covid-19, com avanço de 144 mil infecções, enquanto as hospitalizações seguem aumentando no país. Ainda nos Estados Unidos, foram divulgados dados de inflação que vieram perto do previsto e os pedidos de seguro-desemprego, que vieram um pouco melhores do que o esperado pelo mercado.

Já na cena doméstica, o ministro da Economia tentou tranquilizar preocupações com a inflação, ao dizer que a alta de preços é temporária e pode ser compensada por quedas nas tarifas de importação, além disso, fez comentários sobre a reforma tributária, reiterando que há a intenção de taxar dividendos que as empresas distribuem para as pessoas físicas.

Guedes ainda disse que caso o Brasil seja atingido por uma segunda onda de covid-19, o auxílio emergencial deve continuar, mas em valor menor e que o governo não gastará em excesso. Investidores, no entanto, seguem preocupados o cenário fiscal no Brasil, aguardando medidas concretas para endereçar a questão.

O dólar comercial exibe forte oscilação frente ao real e opera em alta, renovando máximas sucessivas acima de R$ 5,43, após o contrato à vista recuar mais de 1% na abertura dos negócios influenciado por um movimento local com entrada de recursos estrangeiros no país. Lá fora, o dia é de aversão ao risco com investidores cautelosos em meio ao avanço da covid-19 nos Estados Unidos e com o mercado de ações passando por correção após os ganhos recentes.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,20%, sendo negociado a R$ 5,4080 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 0,31%, cotado a R$ 5,411.

“Houve uma nova entrada de fluxo de recursos estrangeiros, que levou o dólar a R$ 5,35. Logo na abertura da sessão, venderam coisa de US$ 200,0 milhões”, comenta o diretor de uma corretora nacional. “Agora, o à vista sobe seguindo o exterior. Enquanto o dólar oscila em queda ante os pares e ganha das moedas [de países] emergentes”, acrescenta.

O estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua, reforça que o “gringo está de volta” após o saldo de investimento estrangeiro na B3 ficar positivo em R$ 12,727 bilhões no mês, até o dia 10. No início da semana, a bolsa brasileira registrou a entrada de um volume acima de R$ 9,0 bilhões.

“A melhor maneira de explicar a sustentação das cotações nos últimos dias é o retorno do dinheiro internacional ao pregão”, diz sobre a moeda norte-americana sair dos patamares de R$ 5,70 e chegar ao nível de R$ 5,22 na segunda-feira, influenciado pela eleição nos Estados Unidos, após a vitória do democrata Joe Biden e com a notícia sobre os avanços nos testes de vacinas contra o novo coronavírus.

Rugik pondera que o aumento de casos de covid-19 nos Estados Unidos, principalmente, eleva a cautela do mercado no exterior e “respinga” aqui.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) apagaram a forte queda observada logo na abertura do pregão e passaram a oscilar próximas aos níveis dos ajustes de ontem, com os vencimentos mais longos ensaiando ligeira alta. O movimento foi totalmente influenciado pelo tradicional leilão de títulos públicos do dia realizado pelo Tesouro, que surpreendeu com uma oferta bem maior que o esperado, elevando a demanda por prêmio na curva a termo.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,34%, de 3,41% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,90%, de 4,95% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,64%, de 6,69%;, na mesma comparação e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,44%, de 7,48% do ajuste anterior.