Membros aguardam maior progresso à meta de inflação antes de corte nos juros, diz ata do Fed

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São Paulo – A maioria dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) avaliaram na primeira reunião de política monetária em 2024 que os cortes na taxa de juros são prováveis neste ano, mas que ainda é necessário aguardar maior progresso da inflação em direção à meta de 2% antes de iniciá-los.

De acordo com a ata da reunião realizada entre os dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro divulgada hoje, “os membros avaliaram que a manutenção do intervalo de metas para a taxa de juros nesta reunião promoveria mais progresso em direção aos objetivos do Comitê e permitiria que os participantes reunissem informações adicionais para avaliar esse progresso”.

As autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) indicaram na reunião que não tinham pressa em reduzir as taxas de juros e expressaram tanto otimismo quanto cautela em relação à inflação, de acordo o documento.

“Ao discutir as perspectivas da política, os participantes do Fomc julgaram que a taxa básica de juros provavelmente atingiu o seu pico para este ciclo de aperto monetário”, afirmou o documento.

Embora as atas avaliassem o “sólido progresso” sendo feito, o comitê considerava parte desse progresso como “idiossincrático” e possivelmente devido a fatores que não durarão.

Consequentemente, os membros disseram que irão “avaliar cuidadosamente” os próximos indicadores econômicos para descobrirem para onde a inflação está se dirigindo a longo prazo. As autoridades observaram tanto os riscos positivos quanto os negativos e se preocuparam em reduzir as taxas muito rapidamente.

“Os membros permaneceram preocupados que a inflação elevada continuasse a prejudicar os lares, especialmente aqueles com recursos limitados para absorver preços mais altos”, informou a ata do Fed. “Embora os dados de inflação tenham indicado uma significativa desinflação na segunda metade do ano passado, os participantes observaram que estariam avaliando cuidadosamente os dados recebidos para julgar se a inflação estava se movendo de forma sustentável em direção a 2%.”

Juntamente com a discussão sobre os juros e inflação, as autoridades também mencionaram os títulos mantidos no balanço do Fed. Desde junho de 2022, o banco central permitiu que mais de US$ 1,3 trilhão em títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas vencessem ao invés de reinvestir os recursos como o habitual.

A ata indicou que uma discussão mais aprofundada ocorrerá na reunião de março. As autoridades também indicaram na reunião de janeiro que provavelmente adotarão uma abordagem lenta no processo de “aperto quantitativo”. A questão é quanto as reservas precisarão ser para atingir as necessidades dos bancos. O Fed caracteriza o nível atual como “amplo”.

“Alguns membros observaram que, dada a incerteza em torno das estimativas do nível amplo de reservas, desacelerar o ritmo de escoamento poderia ajudar a suavizar a transição para esse nível de reservas ou permitir que o Comitê continue o escoamento do balanço por mais tempo”, informou a ata do Fed. “Além disso, alguns participantes observaram que o processo de escoamento do balanço poderia continuar por algum tempo mesmo depois que o Comitê começasse a reduzir a faixa-alvo da taxa de juros.”