Bolsa fecha em alta de 0,08%, estável, após ata do Fed neutra; dólar encerra a R$ 4,93

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta de 0,08%, estável, na região dos 130 mil pts, em dia de divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), dias 30 e 31 de janeiro, que veio com tom neutro na qual os membros reforçaram que o pico de juros foi atingido e seguem acompanhando os dados econômicos para permitir a inflexão monetária.

Os investidores seguem buscando pistas para saber quando o banco central dos EUA vai começar o ciclo de queda dos juros.

Na sessão de hoje, a WEG (WEGE3) foi destaque de alta e fechou em %, após o resultado positivo referente ao quarto trimestre de 2023. O lucro líquido cresceu 46,2%, para R$ 1,7 bilhão e a companhia vai pagar R$ 1,2 bilhão em dividendos complementares ou R$ 0,2979 por ação em 13 de março e Juro sobre Capital Próprio (JCP) referente a setembro e dezembro de 2023.

As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) também avançaram 6,21%, antes da divulgação do balanço após o fechamento. Na ponta negativa, Hapvida (HAPV3) e Azul (AZUL4) fecharam em queda de 4,50% e 4,36%, respectivamente.

O principal índice da B3 subiu 0,08%, aos 130.031,58 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril recuou 0,04%, aos 131.990 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,3 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Nicolas Farto, sócio e head de renda variável da Vértiq Invest, disse que a ata não trouxe novidades e os membros reforçaram que continuam olhando com lupa os dados econômicos.

“O documento veio com tom neutro, não surpreendeu pra baixo e nem pra cima. O mercado já vinha precificando de não ter nada sinalizando que vai cair a taxa por lá e não mexeu muito com o mercado. Eles reforçaram que vão depender de dados como inflação e emprego, mas não jogam muito pra longe esse corte. A ata mostrou que atingiu a taxa seu pico e pra mim ficou claro que não vai subir mais. Na Bolsa de Chicago, a maioria das apostas é de queda de juros na reunião de junho (52%)”.

Mais cedo, Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que o mercado está à espera da ata da última reunião do Fed e da fala da dirigente do banco central norte-americano, Michelle Bowman, antes da divulgação do documento e que tem um voto importante este ano.

“O mercado está largado, não tem motivadores macroeconômicos que motivem para uma alta intensa ou de queda, então fica à espera da ata, tenta sempre se apegar a algo para trazer precificação. Os investidores olham o que o documento traz nas entrelinhas, por mais que o posicionamento dos dirigentes seja mais tranquilo, fica a pergunta de quando eles vão aceitar que a situação não está indo tão bem. A ata por si só tem um peso grande e, neste momento, ela tem um peso para validar os temores que os investidores têm. O mercado persiste em um sentimento positivo. Além disso, a fala da dirigente do Fed é relevante porque ela vota e a opinião dela tem um efeito prático na decisão de juros por lá”.

Em relação às ações, o ganho da Vale (VALE3) é de correção. Essa alta não chega nem a 50% no tombo que tivemos nesses dois dias; as empresas varejistas caem e o movimento está diretamente relacionado ao que virá na ata. O papel subiu 0,75%

O dólar comercial fechou em alta de 0,14%, cotado a R$ 4,9379. Em uma sessão com a agenda esvaziada, o driver foi a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Para o analista da Potenza Investimentos Bruno Komura, “a ata não trouxe nenhuma novidade. Os diretores doFederal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já mostravam que o mercado estava mais hawkish, e a ata veio em linha com este tom”.

Komura acredita que, por ora, o mercado ainda aposta que o início do corte nos juros comece apenas em junho.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em leve queda em movimento de ajuste, ajudado pela atenção voltada à ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), além dos últimos dados de inflação no Canadá e do corte de juros para crédito na China.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 9,980% de 9,985% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,765% de 9,800%, o DI para janeiro de 2027 ia a 9,930%, de 9,960%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,180% de 10,190% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar comercial operava em alta, cotado a R$ 4,9409 para a venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com Dow Jones e S&P se recuperando no final da sessão enquanto os investidores aguardam os resultados do balanço da Nvidia relativos ao último trimestre – a empresa carro-chefe da inteligência artificial (IA).

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,13%, 38.612,24 pontos
Nasdaq 100: -0,32%, 15.580,9 pontos
S&P 500: +0,12%, 4.981,80 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA