Magazine Luiza quer avançar na inclusão de vendedores no marketplace

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Fachada de Loja do Magine Luiza

São Paulo – A Magazine Luiza disse que vê oportunidades de crescimento no segmento 3P do seu comércio eletrônico, sem divulgar uma projeção. Em outubro, a companhia atingiu 120 mil vendedores na plataforma, uma adição de 100 mil parceiros no acumulado do ano.

“O cenário foi mais desafiador no terceiro trimestre, abaixo das expectativas considerando o avanço da vacinação. No entanto, as lojas físicas não performaram como esperado e este é o mercado mais maduro e tradicional da companhia. Por outro lado, o online participou com 72% do total das receitas, com o 3P apresentando as melhores oportunidades de crescimento”, disse Frederico Trajano, presidente da Magazine Luiza, na teleconferência de resultados. “Em número de itens, o 3P já passou o 1P”, acrescentou.

O executivo disse que não abre números, mas que a companhia registra aumento de itens comprados ao longo do ano e que faz ações para estimular os clientes e aumentar as vendas, sem dar mais detalhes.

O executivo vê um mercado ainda difícil no curto prazo, por conta do atual cenário macroeconômico.

“O nosso planejamento estratégico está certo, mas há um desafio no curto prazo, especialmente nas categorias tradicionais, como eletroeletrônicos, com os juros altos e inflação e deterioração do poder de compra. Com o Auxílio Brasil, em dezembro, esperamos uma retomada do ânimo nas lojas físicas. Para o ano que vem, a Copa do Mundo e o 5G devem gerar crescimento das vendas. Mas no Brasil, é difícil fazer previsões, o mercado é muito volátil”, explicou.

A companhia também aposta no crescimento da categoria Moda, que foi reformulada e foi reapresentada ao público em outubro.

A entrega em até um dia aumentou para 57%, de 42% e implementou a entrega em 1 hora em 290 lojas em 80 cidades em setembro, com entregas feitas por motociclistas.

As lojas físicas agora exercem o papel de agência para os vendedores parceiros, com o serviço de retirada de produtos utilizado habilitado em 250 lojas habilitadas como pontos de “drop-off” (termo em inglês utilizado para os locais em que os vendedores parceiros podem depositar a mercadoria para ser recolhida pelo serviço de entrega) e utilizado por mais de 3 mil sellers, segundo a companhia.

A companhia tinha 1413 lojas físicas em setembro em 3,5 mil municípios, das quais 1 mil lojas estão habilitadas para “Retira Loja” do 3P (o cliente do paceiro pode retirar o produto na loja física da Magazine Luiza). Segundo a companhia, o serviço tem 10% de participação em pedidos no marketplace.

EXCESSO DE ESTOQUE

A companhia também fez provisão de estoque, o que impactou o lucro, e espera reduzir esse estoque com as vendas da Black Friday e Natal.

“É provisão, não é despesa e será revertido para o resultado, à medida que os estoques em excesso sejam vendidos. Desde o começo do ano, vinhamos aumentando nossos estoques, por conta de um medo de desabastecimento que havia durante a pandemia. Hoje estamos com cobertura na casa de 100 dias e queremos aproveitar o fim de ano para queimar esse estoque”, explicou Roberto Belíssimo, diretor financeiro da companhia.

“O ideal seria trabalhar com 70 dias de estoque e está em 100 dias”, acrescentou Trajano.

HUB FINTECH

A Hub Fintech da Magazine Luiza teve movimentação total, ou TPV (da sigla em inglês Total Payment Volume), de R$ 18,5 bilhões, quase o dobro em relação a, alta de 99%, com lucro de R$ 120 milhões no acumulado do ano.

O ebitda ajustado, de R$ 351 milhões no 3T21, com a margem caindo 6,8% para 4,1% em comparação ao 3T20 (R$ 9,3 bilhões).

RECOMPRA DE AÇÕES

Em relação ao programa de recompra, Trajano disse que o objetivo é ter ações em tesouraria, e que não é para segurar o preço do papel. “A medida que houver melhora das vendas nas lojas físicas, poderemos fazer outros programas”, disse, em resposta a um analista sobre a possibilidade de fazer novas operações.

AÇÃO CAI APÓS RESULTADO TRIMESTRAL

As ações do Magazine Luiza estão entre as maiores quedas do dia no Ibovespa. Às 17h00 (horário de Brasília) os papéis MGLU3 desvalorizavam 16,63%, a R$ 11,38.

Ontem, a empresa divulgou os resultados do terceiro trimestre, com lucro líquido ajustado de R$ 22,6 milhões e ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 134,8 milhões.

Para os analistas do Bradesco BBI, “é claramente decepcionante ver o ebitda abaixo do esperado, mesmo que isso tenha sido causado por problemas de curto prazo, incluindo um cenário macro difícil e as pressões inflacionárias devido a gargalos da cadeia de abastecimento global.”

O BBI também destaca que os ventos contrários provavelmente continuarão no quatro trimestre e, potencialmente, no início do próximo ano.

“Dito isso, acreditamos que as preocupações com o ambiente de demanda e a lucratividade provavelmente continuarão pesando sobre as ações. Portanto, mantemos nosso rating de Neutro, com R $ 17 YE22 TP inalterado”, finalizou.

O lucro líquido ajustado do Magazine Luiza caiu 89,5% no terceiro trimestre de 2021 na comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$ 22,6 milhões. Já a receita líquida da empresa teve avanço de 3,7% na mesma comparação, somando R$ 8,6 bilhões.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do período foi de R$ 134,8 milhões, queda de 75,3% em base de comparação anual.

As vendas totais (incluindo marketplace) da varejista subiram 12,0%, para R$ 13,8 bilhões entre julho e setembro de 2021.