Países deveriam gastar mais com inflação abaixo de 2%, diz Lane do BCE

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O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane / Foto: BCE

São Paulo- Os governos europeus deveriam gastar mais quando a inflação está abaixo da meta simétrica de 2% do Banco Central Europeu (BCE), disse o economista-chefe da instituição, Philip Lane, ao participar de um evento online da Comissão Europeia.

“A contabilização da meta simétrica de 2% para a inflação do BCE na regra de despesas melhoraria a anticiclicalidade da estrutura ao aumentar automaticamente o espaço fiscal em tempos de inflação abaixo da meta e vice-versa”, de acordo com Lane.

Isso significa que “a política fiscal seria mais frouxa quando a inflação está abaixo da meta, mas mais apertada quando a inflação está acima da meta”, disse ele. A acomodação extra permitiria que a política monetária operasse com mais eficácia, especialmente em um ambiente de juros perto de seu limite inferior mínimo, acrescentou.

“Variantes mais sofisticadas também podem ser consideradas (embora ao preço de complexidade extra) que diferenciam devidamente entre choques de inflação impulsionados pela demanda e pela oferta”, afirmou Lane. Ele defendeu que a aceleração recente nos preços é temporária.

O índice de preços ao consumidor dos países que compõem a zona do euro subiu 4,1% em outubro na comparação com o mesmo período de 2020, após a alta de 3,4% de setembro, marcando o maior nível desde julho de 2008, segundo dados da agência de estatísticas Eurostat.

Os governos na UE estão discutindo como modificar as regras fiscais do bloco, em meio ao aumento da dívida pública refletindo os investimentos extras para combater a pandemia de covid-19, bem como lidar com os desafios das mudanças climáticas.