Lucro líquido recorrente da Itaúsa cresce 3% no 4° trimestre de 2023

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São Paulo, SP – A Itaúsa divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2023 (4T23), com lucro líquido recorrente R$ 3,460 bilhões, alta de 3% em relação ao mesmo período
de 2022. Em 2023, o lucro líquido recorrente foi de R$ 14,1 bilhões, o maior da sua série
histórica, com crescimento de 3% na comparação com o ano anterior. Se removidos os efeitos de alienações da XP Inc. em 2023 e 2022, o lucro líquido recorrente cresceu aproximadamente 9% no mesmo período, atingindo a marca de R$ 12,3 bilhões. O resultado recorrente proveniente das empresas investidas foi de R$ 13,5 bilhões, aumento de 6% sobre o ano anterior.

O lucro líquido foi afetado por eventos não recorrentes que totalizaram efeito negativo de R$ 477 milhões no 4T23 e de R$ 666 milhões em 2023. Os principais eventos não recorrentes em 2023 referem-se aos impairments parciais dos investimentos feitos pela Alpargatas em Rothys e Ioasys e ao impacto da venda do Banco Itaú Argentina S.A. pelo Itaú Unibanco.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente foi de 17% no
trimestre, baixa de 1,7 p.p. na comparação anual. Em 2023, o ROE recuou 1,7 ponto percentual em comparação a 2022, fechando em 18,3%

Os recursos provenientes do desinvestimento das ações da XP, concluído em dezembro do ano passado, foram importantes para contribuir com a estratégia de desalavancagem da companhia e reforço do nível de liquidez da holding.

Com isso, a dívida bruta da companhia reduziu em 41% quando comparado a dezembro de 2022, com aumento do prazo médio da dívida de 4,6 anos para 6,5 anos, além de zerar o pagamento de principal de dívidas até 2027.

O resultado financeiro ficou negativo em R$ 106 milhões, melhora de R$ 96 milhões frente ao 4T22 devido principalmente à redução das despesas com juros em função das liquidações antecipadas realizadas no final de 2022 (R$ 1,8 bilhão) e no segundo semestre de 2023 (R$ 2,5 bilhões), além da queda observada na taxa de juros em 2023. Em 2023, o resultado financeiro fechou negativo em R$ 572 milhões, melhora de R$ 46 milhões devido principalmente à maior posição média de caixa no ano gerando maiores receitas financeiras, parcialmente compensadas por maiores despesas de juros.

Entre as investidas, o Itaú Unibanco apresentou resultados consistentes, com índices de rentabilidade sustentáveis, crescimento da carteira de crédito, que atingiu 1,2 trilhão em dezembro de 2023, além de indicadores de atraso em queda e índice de eficiência no melhor patamar histórico. Nos segmentos de energia e infraestrutura, destaque para o Grupo CCR que, novamente apresentou crescimento das operações nos seus três segmentos de atuação, e para Aegea, que reportou melhor resultado operacional e lucro líquido, principalmente em função do maior volume faturado a partir da consolidação das operações da Corsan.

Alpargatas e Dexco continuam enfrentando os desafios do ambiente macroeconômico e a perspectiva é de uma retomada gradual a partir de 2024. Já a Copa Energia registrou crescimento de EBITDA e lucro em função, principalmente, da implementação de estratégia comercial e pela otimização de custos, como reflexo das sinergias capturadas na integração dos negócios da Copagaz e Liquigás.

DIVIDENDOS

O conselho de administração da holding Itaúsa deliberou declarar juros sobre o capital próprio (JCP) no montante bruto de R$ 723 milhões, correspondente ao valor bruto de R$ 0,07 por ação, que serão pagos até 30 de agosto, com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,0595 por ação. Esses juros terão como base de cálculo a posição acionária final do dia 21 de março e serão imputados ao valor do dividendo do exercício de 2024.