Expectativa de negócios para JBS segue muito positiva, diz CEO Global

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Foto: Divulgação/JBS

Porto Alegre – O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, disse, em teleconferência de resultados relativos ao segundo trimestre de 2022, que a expectativa para os negócios da companhia envolvendo a carne suína segue muito positiva, uma vez que está havendo uma recuperação do rebanho nos Estados Unidos.

Segundo Tomazoni, os negócios no mercado de suínos sempre tiveram uma grande estabilidade. A China vai começar a aumentar as importações de suínos, com a peste suína africana mais controlada, embora a enfermidade esteja afetando agora outros mercados na Europa, atingindo Alemanha, Itália e outros países.

Tomazoni ressalta que os preços no mercado suíno mundial foram impactados neste ano pela questão da recomposição do rebanho chinês. “Os países se prepararam para atender a China, esperando que a recomposição do rebanho fosse mais lenta, o que não aconteceu. Isso fez com que os preços do suíno na Europa, Estados Unidos e Brasil fossem afetados, uma vez que uma exportação maior prevista não aconteceu e a oferta acabou sendo direcionada aos mercados domésticos”, pontua.

No caso do Brasil, com grande aumento da oferta, os preços do suíno ficaram menores que os do frango. “Mas agora já se observa um movimento de recomposição nos preços da carne suína”, detalha.

Nos Estados Unidos, o presidente Global de Operações na América do Norte da JBS, André Nogueira, ressalta que as exportações de carne suína ainda se mostram mais baixas, por conta de uma produção menor, muito embora esteja havendo uma importação mais forte, uma vez que a demanda interna segue aquecida, por conta da relação de preço mais favorável frente à carne bovina.

Demanda segue aquecida no mercado interno e externo

Em teleconferência de resultados relativos ao segundo trimestre de 2022, o presidente Global de Operações na América Latina, Oceania e do negócio de plant-based da JBS, Wesley Batista Filho, destacou que a demanda para a carne de frango segue muito positiva, tanto no mercado interno quando no externo, o que contribuiu para a obtenção de bons números para a Seara no período.

Segundo Wesley, a questão da influenza aviária em algumas regiões e o indicativo de menor fertilidade genética são fatores que devem contribuir para resultados positivos para a Seara, favorecendo a demanda, mesmo com o cenário de conflito entre Ucrânia e Rússia ainda incerto.

Para o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, há uma tendência de continuidade no aumento de consumo global de carne de frango, mesmo com uma tendência de avanço genético mais lento e a continuidade de casos de gripe aviária.

No que tange a custos, Wesley ressalta que a ótima safrinha tem contribuído para que uma baixa nos preços do milho, o que é um bom sinal para o futuro. Ele lembra, porém, que a definição de preços no Brasil nos próximos meses será determinada pelo dólar e pela safra do cereal nos Estados Unidos.

Maior oferta de boi no Brasil será positiva para margens em 2023

O presidente Global de Operações na América Latina, Oceania e do negócio de plant-based da JBS, Wesley Batista Filho, disse hoje, em teleconferência de resultados relativos ao segundo trimestre de 2022, que a maior oferta de boi no Brasil e o aumento da produtividade deverão ser positivos para as margens da companhia em 2023.

Wesley disse que, no Brasil, a Friboi segue como a principal unidade de negócios e tem grandes oportunidades de melhorar ainda mais a exportação, avançando nos mercados já habilitados e abrindo novas oportunidades. Estamos buscando ampliar a produção para as plantas já habilitadas, com novos turnos de trabalho, o que é um fator relevante para a rentabilidade, disse.

Preço mais alto nos EUA impacta demanda por cortes mais nobres

O presidente Global de Operações na América do Norte da JBS, André Nogueira, destacou, em teleconferência de resultados relativa ao segundo trimestre de 2022, que apesar das margens da companhia nos Estados Unidos seguirem positivas, com volume recorde nas exportações, e o alto preço da carne bovina nos supermercados, especialmente nos cortes mais nobres, tem contribuído para impactar a demanda.

Por outro lado, Nogueira salienta que, apesar do aumento das taxas de inflação nos Estados Unidos, o aumento de renda para a população menos capitalizada segue forte, o que fomenta a demanda, ajudando a manter o negócio em um patamar saudável.

No que tange à mão-de-obra, Nogueira ressalta que a JBS fez investimentos em termos de remuneração para manter os colaboradores e atrair novas forças de trabalho, o que está oportunizando a retomada de mix de produtos mais sofisticados no segmento de carne bovina.

Lucro cai 9,8% no 2T22, para R$ 3,95 bilhões

O lucro líquido da JBS diminuiu 9,8% no segundo trimestre, para R$ 3,95 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 7,7%, para R$ 92,19 bilhões, com destaque para o aumento de receita das unidades PPC (+18%), JBS Austrália (+23%), Seara (+20%), e JBS Brasil (+11%), segundo relatório trimestral apresentado pela companhia em 11 de agosto de 2022.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 5,4%, para R$ 10,05 bilhões. Em termos ajustados, o ebitda diminuiu 11,5%, para R$ 10,3634 bilhões, como consequência do início da normalização dos resultados da JBS Beef North America. Contudo, a margem EBITDA ajustada permaneceu resiliente em 11,2%, acima das margens históricas.

Nos últimos 12 meses, o EBITDA ajustado atingiu R$47,5 bilhões (U$9,1 bilhões), com margem EBITDA ajustada de 12,7%.

No período, cerca de 75% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a Companhia atua e 25% por meio de exportações.

A dívida líquida da companhia aumentou 44,1%, para R$ 78,1 bilhões.

O presidente global da JBS, Gilberto Tomazoni, disse que a companhia encerrou o segundo trimestre de 2022 com resultados expressivos. “Entregamos crescimento forte da receita líquida e mantivemos a margem em dois dígitos. A plataforma global da JBS, baseada em nossa estratégia multiproteína e multigeografia, se mostrou decisiva”, comnetou em sua mensagem.

Segundo o CEO, à medida que o mercado americano de carne bovina passa por um processo de normalização de margem, os negócios de aves da JBS na América do Norte e no Brasil se mostraram fortes, com os negócios de bovinos no Brasil e na Austrália iniciando um ciclo positivo. “Esta combinação única de portfólio tem trazido estabilidade nos nossos resultados, mesmo operando em segmentos de negócios que podem individualmente ter maior volatilidade”, acrescentou.

Com informações da Agência SAFRAS.