Ação da Hapvida lidera a ponta positiva do Ibovespa após resultados e elevação do BofA

427
Foto divulgação: Hapvida

São Paulo – A ação da Hapvida dispara no pregão desta sexta-feira, após a apresentação do primeiro resultado consolidando com a NotreDame e mudança de classificação para compra por um grande banco de investimentos. Às 15h35 (horário de Brasília), o papel liderava os ganhos do Ibovespa com alta de 16,66%, a R$ 7,69.

O Bank of America (BofA) elevou a recomendação da Hapvida de neutro para compra, mantendo o preço-alvo de R$ 10 por ação, citando que a companhia está na contramão de seus concorrentes, com redução dasinistralidade caixa consolidada (MLR), de 73% no primeiro trimestre para 72,3% no segundo, e que o risco-recompensa

“Diferentemente do seu potencial de crescimento, não vemos uma mudança estrutural em termos de MLR, pois continuamos vendo a Hapvida com um modelo de negócios vencedor sendo o vencedor do longo prazo. Em sua avaliação atual de 23x preço sobre lucro para o ano de 2023, vemos uma MLR implícita de 67% sendo alcançada em 2024 e permanecendo nestes níveis, que vemos como conservadores, especialmente quando consideramos potenciais sinergias de M&A com a Notre Dame Intermédica”, escreveram os analistas do BofA sobre a revisão de classificação.

O BofA havia rebaixado a companhia para neutro em abril, devido ao que consideraram uma mudança estrutural da empresa, que passou a ter menor potencial de crescimento, dado que já fez amaioria das consolidações possíveis.”

O Itaú BBA considerou o resultado positivo, ressaltando que a base de beneficiários da operadora está crescendo novamente, com melhores tendências em adições orgânicas combinadas com as sinergias de receita já sendo capturadas. “Sua MLR também apresentou uma queda significativa em um trimestre em que a rentabilidade de todas as outras operadoras se deteriorou devido à recuperação dos procedimentos eletivos o que para nós evidencia a eficiência de custo do modelo verticalizado do Hapvida. Esperamos uma reação positiva do mercado amanhã”, escreveram os analistas do Itaú BBA, que tem recomendação “outperform” (equivalente à compra” para o papel da Havida, com preço-alvo de R$ 10,00 para 2022.

A Ativa Investimentos disse que o resultado misto veio em linha com as suas projeções para a companhia. De positivo, destacou a adição orgânica de beneficiários para ambas as empresas, além da queda na sinistralidade em base trimestral, embora ainda longe da média histórica. De negativo, disse que a companhia segue sem conseguir aumentar seu ticket médio, enquanto o reajuste dos planos individuais só deve começar a ser sentido no próximo trimestre.

Por fim, o aumento da taxa de juros no período segue pressionando a margem líquida da companhia, que por sua vez, registrou novamente prejuízo no período.

A Ativa tem recomendação de compra para HAPV3, com preço-alvo de R$ 10,10.

RESULTADO TRIMESTRAL

A Hapvida registrou prejuízo líquido de R$ 312,3 milhões no segundo trimestre de 2022, revertendo lucro líquido de 104,6 milhões na comparação anual. No trimestre, a receita líquida alcançou R$ 6,1 bilhões, 153,2% maior que o visto no mesmo período do ano anterior (R$ 2,4 bilhões). O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve alta de 50,0% no período, para R$ 437,5 milhões na base anual.

A carteira de beneficiários de saúde era de 15,661 milhões ao final do segundo trimestre, alta de 117,6% ante igual intervalo de 2021. Do total, 8,913 milhões representavam plano de saúde e 6,748 milhões de odonto.

A rede própria de atendimento da Hapvida era de 756 unidades entre hospitais, clínicas, diagnóstico e prontos atendimentos, aumento de 62,6% em comparação ao mesmo trimestre de 2021.

A sinistralidade total da companhia alcançou 75,3% ao final do segundo trimestre, alta de 4,6 pontos percentuais (pp) na comparação anual, enquanto a sinistralidade Caixa, ex-Peona e ex-SUS, subiu 5,8 pp e totalizou 72,3%.