São Paulo – A Embraer publicou hoje suas perspectivas de mercado para os próximos 20 anos para o segmento de aeronaves comerciais com menos de 150 assentos. A fabricante apresentou um relatório com análises e tendências globais e regionais que influenciarão a demanda por novos jatos e turboélices até 2041, e os os principais elementos foram destacados pelos executivos da empresa em coletiva de imprensa durante o Farnborough Airshow, no Reino Unido, nesta terça-feira.
A Embraer prevê que a demanda mundial por viagens aéreas, medida em receita por passageiro-quilômetro (RPK), crescerá 3,2% ao ano (CAGR) nas próximas duas décadas, um pouco menos do que a taxa de 3,3% prevista no ano passado. O crescimento mais fraco reflete uma desaceleração de curto prazo da economia global, os efeitos da pandemia e o impacto do conflito Rússia-Ucrânia. Espera-se que os RPKs retornem aos níveis de 2019 até 2024.
A companhia prevê que continuarão as tendências para o aumento da digitalização (home office, videoconferências) e regionalização (relocalização produtiva – reshoring), que surgiram no início da pandemia, e irão impulsionar a demanda por aeronaves de menor capacidade.
A adequação da capacidade à demanda é a maneira mais sustentável de capturar as oportunidades de crescimento no mundo pós-pandemia, estima a Embraer. “Novas tecnologias verdes tendem a se concentrar em aeronaves de menor porte, onde as inovações são incialmente aplicadas antes da introdução em plataformas maiores. Nesse contexto, aviões menores são elementos-chave para viagens aéreas mais sustentáveis, além de melhorar igualmente a conectividade.”
A Embraer disse que o forte crescimento do comércio eletrônico está abrindo novos mercados para aeronaves a jato de carga com menor capacidade, impulsionando a demanda por conversões de passageiros para cargueiros.
A fabricante divulgou as seguintes projeções de entregas de novas aeronaves (por números):
Demanda global por novas aeronaves de até 150 assentos 10.950 unidades: 8.670 jatos e 2.280 turboélices. O valor de mercado de todas as novas aeronaves é de US$ 650 bilhões.
Taxa de crescimento anual de RPK classificada por região: 4,3% Ásia-Pacífico (inclui China); 4,0% América Latina; 3,8% África; 3,2% Média Global; 3,2% Oriente Médio; 2,3% Europa; 2,0% América do Norte.
Participação de RPK até o final de 2041: 42% Ásia-Pacífico; 38% Europa + América do Norte.
Entregas de jatos – 8.670 (% de participação): 2.740 América do Norte (31,6%); 2.230 Ásia-Pacífico (25,7%); 2.320 Europa e CEI (26,8%); 750 América Latina (8,7%); 330 Oriente Médio (3,8%); 300 África (3,5%).
Entregas de turboélices – 2.280 (% de participação), sendo 960 na Ásia-Pacífico (42,1%); 500 na Europa e CEI (21,9%); 400 na América do Norte (17,5%); 200 na África (8,8%); 180 na América Latina (7,9%) e 40 Oriente Médio (1,8%).