Disputa pela presidência do Senado reproduz polarização entre Lula e Bolsonaro

511
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Brasília – Enquanto na Câmara dos Deputados a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) é dada como certa, a disputa pela presidência do Senado Federal está acirrada e deve ser decidida no detalhe. A eleição confronta os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, reproduzindo a polarização do pleito de outubro passado, com características de um terceiro turno.

O atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disputa a reeleição contra Rogério Marinho (PL-RN), que foi ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) também anunciou sua candidatura à presidência do Senado.

Pacheco tem o apoio do Palácio do Planalto e conta com os votos dos senadores do PSD, do PT, do PDT, do MDB e do União Brasil. A sua campanha vem sendo liderada pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), o que tem causado dissidências no apoio a Pacheco.

Nesta terça-feira, a bancada do MDB se reuniu, com a presença do presidente nacional do partido, Baleia Rossi, e formalizou apoio a Pacheco. O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, afirmou que o apoio a Pacheco representa o compromisso do partido com a democracia. “O MDB é um partido que historicamente tem compromisso com a democracia”, afirmou.

“Esta frente ampla que estamos formando com diversos partidos representará amanhã a nossa recondução à presidência do Senado e, certamente, nos próximos dois anos, um esteio de estabilidade, de diálogo, de cooperação com os demais poderes”, afirmou Pacheco, após a reunião do MDB.

Marinho tem o apoio formal do PL, do PP, do Republicanos e do PSDB que, juntos, somam 26 senadores. A eleição do presidente exige o voto de 41 senadores. Para conquistar esse número, Marinho e aliados contam com as traições no momento da votação, que é secreta e em cédulas de papel.

Os votos viriam de dissidentes do União Brasil e do PSD. O senador Nelson Trad Filho (PSD-MS), por exemplo, declarou voto em Marinho e disse haver outros senadores do PSD dispostos a votar contra Pacheco, em especial por causa da atuação de Alcolumbre.