Bolsa fecha em alta de 1,03% e em janeiro avança 3,36%; dólar recua

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta de 1,03%, acima dos 113 mil pontos, seguindo o exterior, com o apoio do setor bancário e com os investidores recebendo bem as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no evento da Febraban.

Somado a isso, o mercado fica na expectativa para amanhã (1) para a decisão de política monetária dos bancos centrais aqui e nos Estados Unidos. O Copom deve manter inalterado nos juros em 13,75% ao ano (aa) e o Fed deve elevar em 0,25 ponto percentual (pp). No mês, o Ibovespa fechou no positivo de 3,36%

Os papéis do Itaú (ITUB4) subiram 1,56%. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) elevaram 2,18% e 1,66%. Santander Brasil (SANB11) aumentou 1,68%. A Petrobras (PETR3 e PETR4), papel de peso no índice, subiu respectivamente 1,62% e 1,24%. Já a vale (VALE3) caiu 0,49%, antes da divulgação do resultado operacional de produção e vendas.

O principal índice da B3 subiu 1,03%, aos 113.430,54 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 0,81%, aos 113.975 pontos. O giro financeiro era de R$ 25,2 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos, disse a Bolsa sobe “estimulada pelo dia positivo em Nova York e com as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em que afirmou que o governo trabalha para a redução do déficit primário este ano no evento da Febraban; não discute o tema dos combustíveis, mas foi indicado que a desoneração termina em fevereiro”. O destaque fica para os bancos e os frigoríficos caem em bloco com a valorização do real.

O especialista da Valor Investimentos também acrescentou que existe uma expectativa para a decisão de “um Fed menos agressivo amanhã”.

Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de investimentos, disse que as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ajudou no bom humor dos investidores.

“O ministro mencionou que a reforma tributária não deve implicar em aumentar impostos, o que agradou o mercado e colaborou para o otimismo de hoje na Bolsa; e também disse que a oferta de crédito mais barata é uma das prioridades para ajudar a destravar negócios que ficam parados por conta de juros altos e a notícia pode ajudar o setor”.

Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital, disse que a Bolsa opera no positivo acompanhando o exterior e com destaque para os bancos.

“O setor vinha sofrendo bastante nos últimos dias, depois da reunião de hoje do Fernando Haddad [ministro da Fazenda] e da Simone Tebet [ministra do Planejamento] com a Febraban não ter tido nenhum ponto negativo, tirou uma preocupação do mercado com a possibilidade de uma medida contraria aos bancos e fez com que o setor performance bem puxando o índice; as empresas do setor interno também estão performando bem; a mineração está no negativo por conta da queda das commodities

Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, disse que o foco dos investidores está nos resultados corporativos e nas reuniões de política monetária aqui e nos Estados Unidos.

“Os balanços das empresas no 4T22 devem mostrar o cenário microeconômico com uma Bolsa hoje que está negociando de forma barata; observar como o Banco Central [BC] vai se posicionar diante do atual governo e o importante será o comunicado do Copom; em relação ao Fed, a comunicação dos dirigentes tem sido dura e deve seguir dessa maneira”.

O sócio e analista da Finacap Investimentos comentou que a Bolsa vem de “três semanas seguidas de altas com uma calmaria na política e hoje os bancos estão em um movimento de repique após quedas recentes”.

O dólar fechou em queda de 0,78%, cotado a R$ 5,0750. A moeda refletiu a expectativa do mercado com um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) menos duro, na decisão sobre os juros que será anunciada amanhã.

Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “o mercado precifica uma alta de 0,25 ponto percentual (pp), e o índice de custos veio um pouco acima do esperado e reforças estas apostas”.

“Há, também, um fator doméstico contribuindo para a valorização do real, com membros do governo reforçando o compromisso com a responsabilidade fiscal e isso agrada o investidor”, analisa Rostagno.

Para o economista da BlueLine Flávio Serrano, “é uma semana com diversas decisões de políticas monetárias, não apenas nos Estados Unidos”, referindo ao Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE) – ambos na próxima quinta (2).

Serrano acredita que índice de custo do empregado dos Estados Unidos, que subiu 1,0% no trimestre encerrado em dezembro (a expectativa era de 1,1%), fez com que os juros e o dólar recuassem e passassem a operar em queda.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em queda, em semana de agenda cheia de indicadores e decisões de bancos centrais pelo mundo. o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,530% de 13,545% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 12,805%, de 12,880%, o DI para janeiro de 2026 ia a 12,730%, de 12,820%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 12,785% de 12,875% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, com o S&P registrando o melhor desempenho para janeiro desde 2019 com uma alta acima de 6% no mês, com os investidores vendo com otimismo uma série de balanços corporativos referentes ao último trimestre.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +1,09%, 34.086,04 pontos
Nasdaq 100: +1,67%, 11.584,6 pontos
S&P 500: +1,46%, 4.076,60 pontos

 

Com Paulo Holland e Pedro do Val de Carvalho Gil e Darlan de Azevedo / Agência CMA