Bolsa fecha em alta com commodities metálicas e bancos, antes da ata do Copom; dólar cai

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Foto: Pexels

São Paulo -Em um dia mais parado, a Bolsa fechou em alta puxada pelas commodities metálicas, setor financeiro e B3 com o mercado no aguardo, amanhã (14), pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para entender melhor a votação dividida do colegiado. Os dados de inflação dos Estados Unidos ao longo da semana também ficaram no radar.

A CSNMineração (CMIN3) liderou a alta do índice em 8,48%. A Vale (VALE3) subiu 0,59%. Itaú (ITUB4) avançou 1,22% e B3 (B3SA3) registrou ganho de 2,65%.

A Petrobras (PETR4) fechou perto da estabilidade, antes do resultado trimestral. Na ponta negativa, Yduqs (YDUQ3) foi destaque com queda de 11,85% impactada pelo balanço no 1T24.

O principal índice da B3 subiu 0,43%, aos 128.154,79 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho subiu 0,39%, aos 129.220 pontos. O giro financeiro foi de R$ 18,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistas.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que a Bolsa subiu com os papéis de peso.

“O Ibovespa mostrou mais força do que os índices em Wall Street, puxado pelas ações ligadas às commodities e bancos, enquanto os investidores aguardam a agenda da semana, que começa a ganhar relevância a partir de amanhã. Por aqui, a atenção fica para a ata do Copom amanhã (14) por maiores explicações sobre os votos divididos da semana passada, além dos dados de inflação nos EUA, PPI (preços ao produtor) na terça (14) e CPI (preços ao consumidor) na quarta-feira (15)”.

Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, disse que a Bolsa sobe com Vale, bancos e B3.

“A Vale avança devido ao aumento no preço do minério de ferro, enquanto a Petrobras registra uma leve alta após expectativas de dividendos bilionários e balanço trimestral mais fraco [resultado sai após fechamento do mercado]”.

Almeida ressaltou que a ata do Copom amanhã (14) “será um ponto de atenção após a recente redução da taxa Selic [em 0,25 pp] e as divisões internas reveladas. Hoje, o Boletim Focus mostrou elevações nas projeções de inflação [de 3,72% para 3,76% em 2024] e Selic [de 9,63% para 9,75% no final desse ano] indicando um possível ambiente de políticas monetárias mais rígidas para controlar a inflação”.

Em relação à queda da Yduqs, Nishimura disse que o lucro líquido abaixo das expectativas, as despesas com inadimplência e a decisão da empresa de não fornecer guidance para o segundo trimestre pesaram nos papéis [da empresa].

Um analista de renda variável de um banco disse que a Bolsa reduziu os ganhos com “a piora lá fora com fala de integrante do Fed, perda de fôlego de Vale e Petrobras e expectativa na ata do Copom [amanhã] para que eles [o colegiado] justifiquem os dois lados da votação da semana passada [5 votaram pelo corte de 0,25 ponto porcentual (pp) e 4 pela redução de 0,50pp]. Em relação à Petrobras, existe expectativa se vai anunciar mais dividendos”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,12%, cotado a R$ 5,1515. A moeda refletiu, ao longo da segunda, a espera pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada amanhã, e pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que sai na próxima quarta (15).

Segundo o sócio Top Gain Leonardo Santana, “o driver da semana ainda é o CPI, com a esperança de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) comece a cortar os juros em julho. Isso pode ser bom para o Brasil”.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, explica que a valorização das commodities beneficiam a moeda brasileira nesta segunda: “O movimento deve ficar em banho maria até a divulgação dos próximos indicadores nos Estados Unidos e a ata do Copom, que o mercado irá olhar com lupa para entender a divergência dos votos”, diz.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham mistas, refletindo postura mais moderada do Banco Central (BC) que visa ao incentivo à atividade econômica e inflação controlada. As taxas refeletem, ainda, as expectativas do mercado com relação ao aos DI, que são referências para investimentos de renda fixa.

Por volta das 16h35 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,320%, de 10,305% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,595% de 10,585%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,985%, de 10,850%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,300% de 11,283 na mesma comparação.

Os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam mistas, após uma sequência de ganhos no mercado na última semana, enquanto a atenção se voltava para o próximo relatório de inflação visto como um potencial sinal para cortes nas taxas de juros.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,21%, 39.431,51 pontos
Nasdaq 100: +0,29%, 16.388,2 pontos
S&P 500: -0,02%, 5.221,42 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News