Diretora do Federal Reserve alerta sobre necessidade de apoio fiscal contínuo

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A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lael Brainard / Foto: Divulgação/ Fed

São Paulo – A recuperação da economia dos Estados Unidos da pandemia do novo coronavírus será mais forte e ampla com apoio fiscal e monetário contínuo, disse uma das diretoras do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Lael Brainard.

“Além do curso do vírus em si, o risco de queda mais significativo para a minha perspectiva seria o fracasso do apoio fiscal adicional em se materializar. Muito pouco suporte levaria a uma recuperação mais lenta e fraca”, disse ela, em texto preparado para discurso em conferência online.

“A retirada prematura do apoio fiscal poderia permitir que a dinâmica recessiva se enraizasse, retendo empregos e gastos, aumentando as cicatrizes de períodos prolongados de desemprego, levando mais empresas ao fechamento e, em última análise, prejudicando a capacidade produtiva”, disse.

Segundo Brainard, a economia norte-americana viu uma forte recuperação inicial da crise da covid-19 devido ao apoio direcionado significativo. “A recuperação permanece altamente incerta e altamente desigual – com certos setores e grupos passando por dificuldades substanciais. Essas disparidades podem atrasar a recuperação”, disse.

Assim, afirmou, o apoio contínuo e direcionado para substituir rendas perdidas será um fator importante na determinação da força da retomada econômica. “A recuperação terá uma base mais ampla, mais forte e mais rápida se a política monetária e a política fiscal fornecerem apoio contínuo à economia”.

Ela destacou que a política monetária ajuda a manter o crédito disponível e custos de empréstimos baixos, enquanto a política fiscal substituiu a renda perdida entre famílias que enfrentam demissões e empresas e estados e localidades que sofrem quedas temporárias na receita.

“O Federal Reserve está empenhado em fornecer acomodação sustentada para alcançar uma recuperação de base ampla”, disse, acrescentando que “será necessário mais apoio fiscal direcionado juntamente com uma política monetária acomodatícia” para que a recuperação seja abrangente e inclusiva.