CSN quer liderar consolidação no segmento de cimentos

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São Paulo – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) disse que buscará o crescimento, incluindo a liderança na consolidação no segmento de cimentos, com controle de custos e baixo endividamento, foco no grau de investimento e alavancagem perto de zero.

“Vamos buscar o grau de investimento e a alavancagem próxima a zero. Queremos manter o caixa alto e faremos investimentos com esse foco, sendo muito conservadores em tudo para alcançar esses objetivos”, disse o diretor presidente da CSN, Benjamim Steinbruch, ao final da teleconferência para investidores da companhia.

O executivo disse que a CSN é uma nova companhia e que buscará administrar excessos e buscando liquidez alta com baixo endividamento.

Antes, o diretor executivo da companhia, Marcelo Cunha Ribeiro, abriu a teleconferência dizendo que a companhia atualizou suas prioridades estratégicas, que incluem a alocação de capital eficiente e disciplinada, com foco em  inovação e ações nas áreas ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês).

“Vamos liderar a consolidação em cimentos. A compra da Elizabeth marca nossa entrada no Nordeste e esperamos que seja aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)”, disse Ribeiro, sem dar mais detalhes de novos negócios ou investimentos.

Ele garantiu que os planos de abrir capital da CSN Cimentos estão mantidos, assim como novas aquisições e destacou que a companhia não precisa do oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para fazer esses investimentos, que poderão ser feitos com o próprio caixa da companhia, contanto que a alavancagem não supere o nível de 1 vez.

A aquisição da Elizabeth Cimentos agrega 1,3 milhões de toneladas para a capacidade de produção, que atualmente é de 4,6 a 4,7 milhões de toneladas.

“Queremos chegar num preço de FOB líquido de US$ 298 em cimentos, que é o ideal para manter a rentabilidade”, comentou Luis Fernando Barbosa Martinez, diretor comercial e de logística dos segmentos de siderurgia, cimentos e vendas especiais. “Os preços devem continuar subindo por conta da demanda em alta”, acrescentou.

Ainda em relação à alocação de capital, os diretores disseram que, nas próximas semanas e meses, o caixa da companhia também será usado para recompra de ações, conforme anunciado.

Em inovação, a empresa citou o investimento na startup 2D Materials Pte Ltd (2DM), de desenvolvimento de grafeno, por meio do fundo venture capital CSN Inova Ventures, que tem R$ 100 milhões para investir em startups.

Em ESG, a companhia informou iniciativas em redução na captação de água e a implementação de iniciativas de equidade racial e de gênero na área de recursos humanos.

PROJEÇÕES

A companhia anunciou as projeções de alcançar uma margem ebitda de US$ 500-520 por tonelada no segmento de siderurgia no terceiro e quarto trimestres e de triplicar a produção em mineração, por meio dos recursos captados no oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e emissão de dívidas.

Os executivos acreditam que os preços na China devem subir, puxados por varejo e automotivo e na Rússia, as tarifas temporárias para exportação de produtos ferrosos e o BQ para o Brasil vai ficar inviável, com possível redução da importação.

“Estamos voltando para um patamar de consumo aparente de 2013, entre 14,5 e 15. Na CSN, temos conseguido permitir prêmios da ordem de 15%, devido a demanda e flutuação do dólar. Por outro lado, os custos de carvão e minério estão altos. Os preços no Brasil estão apreciados”, afirmou Martinez.

A companhia disse que a discussão sobre a redução da tarifa de importação do aço “é uma besteira”, e que foi suscitada pela demanda.

“Com isonomia competitiva e as reformas acontecendo, a tarifa de importação é desnecessária. A prioridade do governo é (garantir) o abastecimento e há pleno abastecimento em todas as linhas de produtos.”

Em relação à reforma tributária, os executivos disseram que vão analisar possíveis impactos mas que até o momento não há nenhuma mudança prevista na política de distribuição de dividendos da companhia.