Lucro líquido da CSN cai 23% no 2° trimestre

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Divulgação/CSN

São Paulo, SP – A CSN divulgou ontem (2) o balanço do segundo trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 283,2 milhões, recuo de 23% em relação ao mesmo período do ano passado, e revertendo o prejuízo líquido de R$ 823 milhões do primeiro trimestre de 2023.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 2,26 bilhões, queda de 31% na comparação anual, com redução de 9,8 p.p. na margem Ebitda, que fechou em 19,8%. A combinação da redução de receita com pressão de custos resultou em uma redução de 8,3 pp na margem bruta, atingindo 20,4%.

Em seu relatório, a CSN afirmou que essa redução de rentabilidade é consequência direta da piora dos preços do segmento de mineração que, mesmo com um melhor volume de vendas, acabou por apresentar um Ebitda bem mais baixo no período. Além disso, o aumento de custos com matérias-primas na produção siderúrgica e cimentícia também contribuiu para a redução de margens no trimestre.

A receita líquida foi de R$ 10,989 bilhões, alta de 4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre de 2023, a receita líquida recuou 2,9%. Segundo a companhia, o desempenho reflete os menores preços realizados no setor de mineração que acabou por compensar o recorde de vendas verificado no segmento e as melhoras operacionais observadas nos segmentos de siderurgia e cimentos.

O custo dos produtos vendidos (CPV) totalizou R$ 8,746 bilhões, uma alta de 8,3% em relação ao trimestre anterior, como resultado, principalmente, dos maiores volumes comercializados em todos os segmentos de atuação da companhia, além da maior pressão de custos com matérias-primas para a produção de aço e cimento.

As despesas com vendas, gerais e administrativas totalizaram R$ 1,082 bilhão, sendo 6% superior ao registrado no trimestre anterior, como consequência do volume recorde comercializado na mineração, gerando uma maior despesa com fretes.

O grupo de outras receitas e despesas operacionais foi negativo em R$ 128 milhões, uma redução de 92,3% em comparação com o primeiro trimestre, explicado principalmente pelo efeito positivo das operações de hedge de minério de ferro, que geraram um saldo de R$ 227 milhões no trimestre, além do menor impacto das operações de hedge accounting.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 1,186 bilhão, praticamente estável em relação ao trimestre anterior, como consequência da manutenção do custo da dívida e menor impacto das ações da Usiminas.

A dívida líquida consolidada atingiu R$ 31,455 bilhões, com o indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/Ebitda alcançando 2,78x. Esse aumento pontual da alavancagem é resultado, principalmente, do pagamento de R$ 2,7 bilhões em proventos verificado no período. Em contrapartida, quando se considera as operações de pré-pagamentos de minério e energia, em um total de R$ 3,4 bilhões, dos quais R$ 2,4 bilhões após o fechamento do trimestre, percebe-se uma alavancagem pro forma dei 2,57x.

A companhia salientou que essas e outras iniciativas que estão sendo avaliadas no momento reforçam seu compromisso “em reduzir seu endividamento, trazendo a alavancagem para o guidance previsto para o final do ano. Adicionalmente, a CSN manteve a sua política de carregar um caixa elevado, que neste trimestre atingiu o patamar de R$ 12,5 bilhões”.

Foram investidos um total de R$ 991 milhões, um valor 33% superior em relação ao montante investido no primeiro trimestre de 2023, com destaque para os reparos nas baterias de coque na UPV, avanços nos estudos de novas baterias e manutenções gerais nas operações de siderurgia. No segmento de mineração, destacam-se os avanços nos projetos de expansão (P15, Recuperação de rejeitos das barragens e Tecar), além de manutenções para aumento de produtividade, acompanhados de investimentos correntes nas operações de Cimento e Energia.

A produção de placas somou 732 mil toneladas, um desempenho 2,2% inferior em relação ao trimestre anterior, como consequência do menor volume de compra de placas de terceiros, uma vez que a produção própria subiu com a normalização da operação verificada ao longo do trimestre. Por sua vez, a produção de laminados planos atingiu 775 kton, o que representa um aumento de 10,3% em relação ao primeiro trimestre, refletindo a normalização do processo produtivo e trazendo a produção para números mais próximos dos períodos anteriores.

As vendas totais atingiram 1.051 mil toneladas no segundo trimestre de 2023, volume 1,8% superior ao registrado no primeiro trimestre. Ao se analisar o comportamento nos diferentes mercados, percebe-se que o mercado doméstico foi o principal responsável por esse aumento, com um forte desempenho nos produtos de laminados quentes e zincados.