Conversões de loja e juros altos influenciam negativamente desempenho do Carrefour cia

859
Foto divulgação: Carrefour

São Paulo,  SP – O Carrefour divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido ajustado de R$ 550 milhões, queda de 28,2% na comparação com o mesmo período de 2021.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 1,97 bilhão, crescimento de 12,4% em relação ao quarto trimestre de 2021. Às 15h50, as ações subiam 1,91%, a R$ 14,30.

Para a XP Investimentos, a companhia reportou resultados mistos, uma vez que o crescimento de vendas mesmas lojas sólido e melhores resultados do Banco não foram suficientes para compensar a pressão de rentabilidade das conversões e legados do BIG e maiores despesas financeiras decorrentes da maior alavancagem e alta de juros.

“O crescimento de receita do Sams Club continua a acelerar, com crescimento de 10% em vendas mesmas lojas, por conta de um crescimento de 22% na base de clientes, enquanto a rentabilidade se manteve estável entre os dois últimos trimestre de 2022. Vemos a companhia no caminho certo e reiteramos seu guidance de sinergias de R$ 2 bilhões para o fim de 2025, mesmo com a expectativa de capturar a maior parte em 2024 (acima de 50%)”, explicou a corretora.

A Genial Investimentos disse que, em linhas gerais, o top line surpreendeu positivamente, tendo em vista o maior faturamento do braço de varejo. Em relação à rentabilidade operacional, o resultado veio conforme esperado, com a integração do Grupo BIG ainda mostrando uma maior pressão sobre as despesas do grupo.

A análise apontou ainda que a queda do lucro líquido já era esperada, tendo em vista o impacto financeiro do alto patamar da Selic. Destaque também para a redução positiva da alavancagem financeira da companhia, de 2,2x para 1,2x na visão sequencial.

“Mantemos recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 23, em 2023, o que implica em um potencial upside de 64% frente ao último preço negociado na segunda-feira (13)”,
apontou a Genial.

A corretora Mirae Asset lembrou que ainda há 24 lojas para serem convertidas e isto afetará os trimestres os próximos dois trimestres. Além disso, é importa salientar que houve um aumento nos riscos de crédito do Banco Carrefour em função de novos clientes entrantes do Big, mas o Banco mantém cautela e não se espera nenhum aumento dos níveis de risco.

“Não é possível ainda traçar-se a margem bruta das lojas convertidas em vista do pequeno período de análise, porque a maior parte das conversões ocorreram no quarto trimestre de 2022. O ganho de margem das conversões de lojas tem sido animadoras, e tem sido mais rápida do que se esperava, mas ainda é preciso aguardar alguns meses para se verificar a
tendência”, explicou a Mirae.

Por fim, o BTG Pactual disse que os números operacionais nas bandeiras do Carrefour (incluindo Atacadão) eram esperados. Apesar da desaceleração da inflação de alimentos, a corretora apontou que vê desafios adicionais relacionados à integração do Grupo Big, influenciando os resultados consolidados (como foi o caso no quarto trimestre).

“Planejamos revisar nosso estimativas em breve para refletir o custo mais alto de financiamento, o que significa maiores pressões de margem e despesas financeira”, concluiu o BTG, que manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 21/ação.