Conselho de Segurança da ONU não consegue fazer nada com relação à guerra na Faixa de Gaza, diz Lula no Egito

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O presidente Lula na coletiva de imprensa no G20, na Índia | Foto: Ricardo Stuckert/PR

São Paulo, 15 de fevereiro de 2024 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, durante encontro com o presidente egípcio Abdel Fatah El-Sisi, que não entende porque a Organização das Nações Unidas (ONU) não tem força suficiente para evitar que guerras como a que ocorre entre a Rússia e Ucrânia, ou do conflito entre Israel e o Hamás. O mandatário esteve em visita ao Egito para tratar da guerra e outros acordos internacionais. O Egito é o segundo maior parceiro comercial do continente africano e movimentou cerca de US$ 2,8 bilhões em 2023.

Lula agradeceu El-Sisi, ainda, pelo auxílio na repatriação de quase dois mil brasileiros que estavam em Israel e na faixa de Gaza durante o conflito. Ele lembrou que ‘o Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamás no ataque a Israel e ao sequestro de centenas de pessoas’.

“Nós condenamos e chamamos o ato de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação. O comportamento de Israel, a pretexto de derrotar Hamás, está matando mulheres e crianças.”

“É lamentável que as instituições multilaterais que foram criadas para ajudar a solucionar esses problemas não funcionem.”

Lula disse, ainda que acredita ser necessária a presença de outros países da América Latina e da África participando do Conselho de Segurança da ONU, além de acabar com o poder de veto de alguns países. “É preciso que membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas e não atores que fomentam a guerra. As últimas guerras que nós tivemos, a invasão ao Iraque não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a invasão à Líbia não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a Rússia não passou pelo Conselho de Segurança para fazer a guerra com a Ucrânia e o Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e Faixa de Gaza”, disse.

“Em um momento importante da política mundial, em que nós deveríamos estar falando em aumento da produção de alimentos para o mundo, no momento em que a gente deveria estar falando em crescimento econômico, distribuição de renda e geração de empregos, nós estamos falando em guerras”, disse o presidente brasileiro no Cairo, capital do Egito.