Câmbio impacta lucro da Klabin de R$ 383 mi no 2T

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Foto: Klabin (divulgação)

São Paulo – A Klabin registrou prejuízo líquido de R$ 383 milhões no segundo trimestre do ano, revertendo o resultado positivo de R$ 72 milhões visto um ano antes, impactado negativamente pela rápida e intensa desvalorização do real ante dólar. Dessa forma, a Klabin está temporariamente impossibilitada de distribuir proventos aos seus acionistas.

A receita líquida no trimestre somou R$ 2,956 bilhões, alta de 14% na comparação anual, enquanto o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado melhorou 39% no período, somando R$ 1,3 bilhão na mesma base de comparação.

No trimestre, o volume total de vendas, excluindo madeira, atingiu 858 mil toneladas, o que representa uma elevação de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Do total vendido, 48% foi para o mercado interno e 52% para o mercado externo. No trimestre, 13% do volume de vendas foi para kraftliner, 44% de celulose, 21% de embalagens e 21% de cartões.

No período, o custo caixa unitário total, que contempla a venda de todos os produtos da companhia, foi de R$ 1.893 por tonelada. Descontados os efeitos de R$ 87 milhões da parada geral programada na unidade de Monte Alegre no segundo trimestre e que este ano foi prorrogada para o mês de agosto, a redução foi de 0,5% no custo caixa unitário.

Segundo a Klabin, essa queda é explicada pela maior diluição de custos fixos advinda da elevação no volume de produção e vendas, além bom desempenho nas linhas de combustível e energia, conforme destacado no capítulo sobre custo caixa de produção de celulose.

No segundo trimestre de 2020, a taxa de câmbio média foi de R$ 5,38, uma desvalorização de 37% do real em relação ao mesmo trimestre de 2019. Ao final do trimestre, houve apreciação de 5% do real ante o dólar em relação ao trimestre anterior, cuja taxa fechou o período em R$ 5,48.

O endividamento líquido da Klabin somava R$ 20,8 bilhões ao final do período, aumento de R$ 424 milhões comparado ao final do primeiro trimestre de 2020, explicado pelo impacto negativo da variação cambial sobre a dívida em dólar.

A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda, passou de 4,7 vezes no primeiro trimestre de 20202 para 4,4 vezes no segundo medido em real.