BRF é autorizada a exportar carne suína e de frango de Lucas do Rio Verde (MT) à China

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Foto Divulgação/BRF

São Paulo – A BRF informou hoje que a sua unidade produtiva localizada em Lucas do Rio Verde, no Estado do Mato Grosso, foi autorizada pela General Administration of Customs China (GACC), a exportar carne suína e de frango à China.

Em novembro de 2022 e em março de 2023, a companhia já havia obtido a autorização para exportar carne de frango produzida, respectivamente, pela Companhia Minuano de Alimentos, que é fornecedora exclusiva de produtos para a BRF, e pela sua unidade produtiva localizada em Marau, no Estado do Rio Grande do Sul.

“A nova habilitação proporciona relevante capacidade de produção e comercialização de proteínas, além de promover flexibilidade e maior agilidade para capturar as melhores oportunidades de mercado”, explicou o comunicado.

Preço do frango na exportação mostra sinais de reação

Em teleconferência de resultados relativos ao primeiro trimestre de 2023, a BRF destacou que os preços do frango voltados a exportação no cenário internacional começam a mostrar sinais de reação frente às perdas acumuladas nos primeiros meses do ano, quando foram impactados por um cenário de excesso de oferta global. “Já observamos uma melhora no cenário no segundo trimestre”, destaca o CFO da BRF, Fabio Marino.

Conforme Mariano, não é apenas esse fator que vem mudando a dinâmica do mercado. “Estamos vendo a materialização de um cenário de queda nos preços dos grãos, que será bem mais visível no segundo semestre, mas que já tende a indicar sinais ao longo do segundo trimestre”, pontua.

O executivo lembra que recentemente a BRF recentemente conseguiu novas habilitações e renovações de embarques para mercados como China, Malásia, Chile, México, Peru, Argentina, República Dominica e Cuba.

O CEO da BRF, Miguel Gularte, afirma que no cenário internacional a BRF obteve uma melhora na diversificação, com a conquista de três novos mercados e com as 13 reversões de interrupções nas vendas, o que deve contribuir para um melhor desempenho nos negócios.

Mariano sinaliza ainda que, no segmento de suínos, a BRF está atenta aos problemas sanitários ainda enfrentados pela China no que tange à peste suína africana, o que poderá contribuir para a melhoria dos preços e dos volumes de embarques da proteína.

Empresa prevê cenário mais positivo para consumo de frango no Brasil no 2T23

A perspectiva da BRF para o segundo trimestre de 2023 é de um cenário mais positivo para o consumo de carne de frango no Brasil. A afirmação foi feita em teleconferência de resultados relativos aos primeiros três meses do ano.

De acordo com o CFO da BRF, Fabio Mariano, com a redução da inflação a confiança do consumidor na economia está indicando um movimento de recuperação gradual e o rendimento médio das atividades de trabalho está aumentando também, o que pode trazer um trimestre mais positivo no que tange à demanda por carne de frango.

Mariano ressalta que a BRF fez alguns repasses de preços a seus produtos no final de abril, que até agora foram bem aceitas pelo mercado consumidor. Novos aumentos dependerão da capacidade do mercado em absorver esses aumentos. Será ele que vai determinar se acontecerão novamente ou não, admite.

No que tange ao cenário de oferta de carne de frango e suína no mercado doméstico, que acabou afetando os preços nos primeiros meses do ano, Mariano sinaliza que não houve grandes mudanças em termos de abates por parte da BRF, mesmo com a Apinco tendo indicado que houve uma redução no alojamento de frangos entre o primeiro trimestre deste ano frente ao quarto trimestre do ano passado. O share da BRF no mercado de frango segue entre 24% a 25% e no segmento de suínos entre 20% e 21%, sinaliza.

Após casos de gripe aviária no Brasil, companhia reforça que não há riscos para consumo

Em teleconferência de resultados relativos ao primeiro trimestre de 2023, a BRF reforçou que, após a confirmação de casos de gripe aviária de alta patogenicidade no Brasil em aves marinhas migratórias no Espírito Santo ontem (15), não existe riscos para o consumo da proteína.

De acordo com o CEO da BRF, Miguel Gularte, o comunicado feito ontem pelo Ministério da Agricultura e a nota da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) expressaram que, pelo fato de os casos estarem restritos a aves migratórias e seguindo o regulamento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o Brasil não perderá o status de livre de influenza aviária.

Para Gularte, como o Brasil segue adotando cuidados e boas práticas para garantir que a doença não entre na produção industrial, a BRF não espera grandes mudanças no cenário de negócios no mercado de frango.

Prejuízo cai 35,3% no 1T23

O prejuízo líquido da BRF chegou a R$ 1,024 bilhão no primeiro trimestre de 2023, queda de 35,3% na comparação anual, explicado principalmente pelo desempenho do resultado operacional impactado principalmente pela queda do preço nos mercados internacionais do frango in natura e despesas financeiras líquidas em R$ 860 milhões, conforme a companhia explicou em balanço.

A receita líquida no trimestre somou R$ 13,2 bilhões alta de 9,4% na comparação anual, enquanto o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado melhorou 300% no período, somando R$ 607 milhões na mesma base de comparação.

O endividamento líquido totalizou R$ 15,295 bilhões no 1T23, aumento de R$ 697 milhões quando comparado ao 4T22. A alavancagem líquida da companhia, medida pela razão entre o endividamento líquido e o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado dos últimos doze meses, atingiu 3,35x no 1T23 vs. 3,55x no 4T22.

Com Arno Baasch, da Agência SAFRAS e Camila Brunelli, da Agência CMA.