Ministro e presidente da Petrobras cortam preços de combustíveis

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Foto: Shutterstock

São Paulo – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciaram hoje a redução dos preços da gasolina, diesel e do gás de cozinha e explicaram a mudança da política de preços da companhia, que tem o objetivo de tornar a empresa mais competitiva, considerando os custos de produção local. Com isso, fica revogada a fórmula da Paridade de Preço de Importação (PPI), baseada nas oscilações do dólar e do mercado internacional de óleo, e que contabilizava também os custos logísticos com transporte e taxas portuárias, por exemplo.

A partir de amanhã, a gasolina A terá redução de R$ 0,40 por litro (-12,6%) e o seu preço médio de venda para as distribuidoras passará de R$ 3,18 para R$ 2,78 por litro. O diesel A terá corte de 0,44 por litro (-12,8%), com preço médio de venda para as distribuidoras de R$ 3,46 para R$ 3,02 por litro. O gás de cozinha (GLP) terá corte de R$ 8,97 por botijão de 13 kgs (-21,3%), com o botijão custando aproximadamente R$ 99. Em comunicado, a Petrobras disse que reduzirá em R$ 0,69 por kg o seu preço médio de venda para as distribuidoras, que passará de R$ 3,2256 para R$ 2,5356 por kg, equivalente a R$ 32,96 por botijão de 13kg.

“Enxergamos a Petrobras como uma companhia de capital aberto e independente. Nós do governo vemos a empresa como indultora do crescimento do país. Ela deve ter preocupação com a governança e com o seu papel social”, disse Silveira, em entrevista a jornalistas após reunião com Prates, em Brasília (DF).

Ambos procuraram fugir da acusação de que o governo está interferindo na companhia, ao mesmo tempo que reforçaram a importância da empresa no crescimento do país e no atendimento às promessas de campanha do presidente Lula.

“Recebemos a decisão interna da Petrobras de alterar sua política de preços, o preço do gás de cozinha reduzirá mais de 21% e a gasolina e o diesel também serão reduzidos”, comentou o ministro.

Jean Paul Prates, por sua vez, disse que “a nova política não é interferência do governo”, mas representa “a vontade política que foi eleita”. “A petrobras é parte do governo brasileiro, há comunhão de interesses e propósitos”, disse o executivo.

Eles também criticaram o PPI adotado na gestão de Michel Temer e mantido pela companhia durante o governo de Jair Bolsonaro. “O PPI era uma abstração, mentira e um crime contra povo brasileiro, impunha mordaça à estratégia comercial da Petrobras, tirava a previsibilidade de custos de transporte”, disse Silveira.

“O presidente da Petrobras falará sobre política de preços, mas a Petrobras terá autonomia sobre preços no mercado interno.”

Na visão de Silveira, “era hora de nacionalizar preços de combustíveis” e a empresa não deixará de ser atrativa aos investidores. “Teremos uma empresa perene, não só vendedora de óleo cru, que vai atrair investidores que tenham compromisso com o crescimento do país.”

“Vamos avançar com as promessas do presidente Lula: queremos gerar emprego e renda e olhar para mais pobres. Nossa prioridade é servir o povo brasileiro”, disse o ministro, que também espera que a redução de preços baixe a inflação. “Esperamos sensibilizar o presidente do Banco Central para baixar juros”, comentou.

Em sua fala, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a nova política vai considerar as oscilações do mercado internacional, mas irá nacionalizar o preço, considerando as vantagens competitivas da companhia. “Quando mercado estiver aquecido, isso refletirá no Brasil. Abrasileirar os preços leva em conta vantagens internas, os custos locais serão considerados no preço, não vamos seguir preço de quem não produz petróleo”, disse Prates. “Sem se afastar da referência internacional, mas sendo capaz de mitigar volatilidade. E sem fazer 118 reajustes em um ano, o que gerou greve de caminhoneiros”, opinou.

Prates ressaltou que antes da Petrobras adotar a política de paridade de importação, a PPI, “o Brasil nunca teve volatilidade de preços internacional”. “Eu não preciso praticar preço do concorrente se tenho vantagens de produzir no mercado interno.”

Além dos cortes na gasolina e diesel A e no GLP, Prates disse que a gasolina C também terá redução de R$ 5,49 o litro.

“A Petrobras fará seu preço de acordo com cliente, buscará ser sempre a melhor alternativa para qualquer cliente”, disse Prates.