Lucro líquido da Itaúsa recua 0,6% no primeiro trimestre de 2023, a R$ 2,67 bilhões

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São Paulo – A Itaúsa divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido recorrente de R$ 2,67 bilhões, queda de 0,6% em comparação ao mesmo período do ano passado.

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) recorrente ajustado foi de 14,6%, queda de 1,8 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2022.

“O lucro líquido se manteve estável em relação ao mesmo período do ano passado, se expurgados os efeitos pontuais de ganhos de capital na venda de ações da XP registrados no primeiro trimestre de 2022. O resultado recorrente proveniente das empresas investidas foi de R$ 3 bilhões, aumento de 5% em relação ao ano anterior. O resultado financeiro da Itaúsa foi novamente negativo em R$ 182 milhões, 62% maior do que os R$ 112 milhões negativos registrados no primeiro trimestre de 2022.

As despesas administrativas chegaram a R$ 32 milhões, recuo de 9% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O endividamento líquido foi de R$ 3,94 bilhões, alta de 18,1% em relação ao primeiro trimestre de 2022.

A patrimônio líquido foi de R$ 73,63 bilhões, alta de 12,3% na comparação com o primeiro trimestre de 2022. Os ativos totais somaram R$ 84,51 bilhões, crescimento anual de 14,5%.

O Itaú Unibanco apresentou crescimento da carteira de crédito, o que resultou em uma melhor margem com clientes, além de crescimento das receitas de serviços e de seguros, as quais foram parcialmente compensadas por maior custo do crédito advindo do aumento da carteira e do aumento da inadimplência. O banco apresentou redução do índice de eficiência, atingindo 39,8% no consolidado, sendo novamente o menor nível da série histórica.

A Alpargatas teve seus resultados impactados pela retração da demanda no Brasil e no mercado internacional, além de maiores custos de armazenamento e frete, maiores despesas gerais e administrativas e maior despesa financeira, os quais foram parcialmente compensados pelo aumento da receita por par de Havaianas no Brasil. A Dexco também apresentou retração do volume de vendas em suas unidades de negócios, além de um pior mix na Divisão Madeira, Metais e Louças, parcialmente compensados pelo efeito positivo da reavaliação do ativo biológico, venda de madeira em pé e captura de resultados na nova unidade de negócio de Celulose Solúvel.

A CCR passou a ter seus resultados reconhecidos pela Itaúsa a partir de setembro de 2022 pelo método de equivalência patrimonial e, no primeiro trimestre do ano, apresentou crescimento das operações nos seus três segmentos de atuação, explicado pela retomada das atividades pós-pandemia, que ainda havia impactado o desempenho do primeiro trimestre de 2022.

A Aegea reportou melhor resultado operacional frente ao ano anterior, principalmente por maior receita de contraprestação das concessões, além da contribuição positiva das SPEs Águas do Rio 1 e 4. Porém, a companhia apresentou retração no seu lucro líquido, em função do aumento do endividamento e das despesas financeiras, as quais foram impactadas pela alta da taxa básica de juros. Os resultados do investimento na NTS, registrados pela Itaúsa como ativo financeiro, foram positivamente impactados, principalmente, pelo aumento de distribuição de dividendos em relação ao ano anterior, parcialmente compensados por ligeira redução no valor justo do ativo.

A Copa Energia apresentou crescimento de EBITDA e lucro, em função, principalmente, da implementação de estratégia comercial, compensando a perda de volume no segmento de revenda.

Por fim, os resultados da XP Inc., que são reconhecidos pela Itaúsa pelo método de equivalência patrimonial, apesar de estáveis em relação ao mesmo período do ano anterior, contribuíram menos no 1T23 dada a menor participação acionária detida pela Itaúsa nesta investida, decorrente do desinvestimento realizado ao longo dos últimos 12 meses.

JCP

A companhia também confirmou a aprovação do pagamento de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) no valor de R$ 0,0235295 por ação, com retenção de 15% de imposto de renda, resultando em juros líquidos de R$ 0,02 por ação. O pagamento será pago no próximo dia 3 de julho.

“Esses juros, pagos a título de antecipação do dividendo obrigatório do exercício de 2023, terão como base de cálculo a posição acionária final do dia 31 de maio de 2023 e serão creditados de forma individualizada a cada acionista nos registros da companhia em 30 de junho de 2023”, explicou a Itaúsa.

RECOMPRA DE AÇÕES

O conselho de administração da companhia aprovou Programa de Recompra de Ações de Emissão Própria para utilização no âmbito do Plano de Incentivos de Longo Prazo da Itaúsa, aprovado na Assembleia Geral de 28.04.2023 ou permanência em tesouraria para posterior alienação ou cancelamento, sem redução do capital social.

“Visando a aplicação de parcela de recursos existentes em reservas de lucros, o conselho de administração da companhia autorizou a aquisição, no período de 16.05.2023 a 16.11.2024, de até 10 milhões de ações preferenciais escriturais de emissão própria, sem valor nominal, competindo à Diretoria da Itaúsa definir a oportunidade e a quantidade de ações a ser efetivamente adquirida, dentro dos limites autorizados e do prazo de validade para as aquisições”, explicou a Itaúsa.