Borrell diz que opções para retomar acordo com o Irã podem ser reduzidas

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Josep Borrell Fontelles

São Paulo – O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse que é necessário acelerar as decisões do Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA, na sigla em inglês) para que se retome o acordo nuclear com o Irã, após uma reunião hoje com o Ministro de Relações Exteriores do país persa.

“Se quisermos concluir o acordo [nuclear], as decisões são necessárias agora, ainda é possível. Mas o espaço político para reviver o JCPOA pode ser reduzido num futuro próximo”, escreveu Borrell em sua conta no Twitter após conversas com o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdolahian.

As delegações dos Estados Unidos e do Irã não conseguiram chegar a um acordo sobre o JCPOA durante as negociações em Doha, capital do Catar.

Em julho de 2015, o Irã e o Grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) selaram o JCPOA, que impôs uma série de limitações ao programa nuclear iraniano com o objetivo de excluir sua possível dimensão militar, em troca da suspensão das sanções internacionais.

Em maio de 2018, Washington rompeu o acordo e começou a impor sanções unilaterais ao Irã, alegando que aquele país ainda estava desenvolvendo armas nucleares, algo que não foi confirmado.

Já em abril do ano passado, as partes do acordo, juntamente com os Estados Unidos, iniciaram negociações em Viena para restaurar o pacto nuclear, que poderia ser retomado.

Há quatro meses, as consultas pararam, mas no final de junho Borrell alegou ter concordado com Abdolahian para retomar as conversações.