Boris Johnson anuncia plano final para Brexit

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Por Cristiana Euclydes

São Paulo – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou seu plano para o Brexit na conferência do Partido Conservador, reiterando que está pronto para sair da União Europeia (UE) sem acordo e propondo que a Irlanda do Norte siga alinhada à regras do bloco europeu.

“Vamos entregar o Brexit em 31 de outubro”, disse ele. “Vamos fazer isso porque adiar é caro, sem propósito e debilitador. Vamos fazer isso porque precisamos construir uma nova parceria positiva com a UE”, afirmou o premiê, acrescentando que o Partido Conservador e o país não são antieuropeus, mas querem outra relação com a UE.

O premiê também disse que está pronto para um Brexit sem acordo com a UE. “Esse não é um resultado que desejamos, não é um resultado que buscamos – mas deixe-me dizer a vocês, meus amigos, que é um resultado para o qual estamos prontos”.

Johnson propôs que a Irlanda do Norte, parte do Reino Unido, permaneça alinhada às regras da UE mas faça parte da união aduaneira britânica, e que depois o governo executivo e legislativo locais decidam como querem proceder. Para ele, não deve haver fronteira física com a Irlanda, que é parte da UE.

“Não teremos, sob nenhuma circunstância, controles na fronteira da Irlanda do Norte. Vamos respeitar o processo de paz e ao Acordo de Sexta-Feira Santa”, disse ele. “Vamos além e vamos proteger acordos regulamentares existentes de agricultores e outros negócios nos dois lados da fronteira”.

Ele disse ainda esperar que seus amigos europeus também se comprometam. “Se não conseguirmos um acordo devido ao que é essencialmente uma discussão técnica sobre a natureza exata das futuras verificações alfandegárias, quando essa tecnologia está melhorando o tempo todo, não resta dúvida de que a alternativa é uma saída sem acordo”.

O premiê, porém, está impedido por lei de deixar a UE sem acordo, sendo obrigado a pedir à Bruxelas uma prorrogação do prazo de saída caso não chegue a em entendimento até 31 de outubro. Por fim, Johnson criticou o Parlamento, acusando-o de tentar impedir o Brexit, e preparou o terreno para eleições gerais.