Bolsa fecha no zero a zero, oposto a NY, à espera de dados de inflação aqui e no exterior; dólar sobe

167
Imagem perspectiva mercados
Indicadores da Bolsa de Valores

São Paulo- A Bolsa terminou o dia no zero a zero, oscilou entre a mínima de 120.540,03 pontos e máxima de 121.421,30 pontos, tentou uma leve correção após o tombou de sexta-feira e com as commodities segurando o índice.

A sessão foi de cautela, com o Indice piorando ao longo do pregão. Os investidores ficam na expectativa para o IPCA amanhã (11) e decisão de juros e CPI nos Estados Unidos, na quarta-feira (12). A Selic aqui também fica no radar. Liquidez reduzida.

Os destaques de queda quedas ficaram para os papéis ligados ao varejo como Soma, Arezzo, Lojas Renner, Carrefour e Vivara “refletindo o receio do mercado com dados de IPCA que sairão amanhã (11) e juros futuros em alta. Caso a inflação venha acima do esperado, ficará mais difícil termos uma queda maior de juros por aqui, o que prejudica os papéis ligados ao consumo”, disse Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) avançaram 1,83% e 1,51% e as da Vale (VALE3) subiram 1,10%. Soma (SOMA3) caiu 4,66%.

O principal índice da B3 fechou no zero a zero, aos 120.759,51 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 0,26%, aos 120.900 pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,3 bilhões.

Leonardo Santana, sócio da Top Gain, disse que o Ibovespa está em “movimento de correção após o tombo de sexta-feira. O Indice sobe puxado por commodities, petróleo ajuda a Petrobras e o minério ferro a Vale. O mercado está bem apreensivo par esta semana com CPI e decisão de taxa de juros nos EUA”.

O head de renda variável de uma corretora disse que “após as falas do Haddad na sexta-feira, os investidores estão apostando que a Selic terminal não vai mudar. O Itaú elevou a projeção da taxa básica de juros para 10,5% no final deste ano [o boletim Focus divulgado hj manteve em 10,25%]. Com isso, as empresas de consumo caem. A Petrobras acompanha a cotação do petróleo e a Vale é recomposição de carteira para preservar a liquidez. O volume está no patamar de quando é feriado nos Estados Unidos”.

Um analista de investimentos de um grande banco disse que em uma sessão sem gatilhos, a Bolsa “é sustentada pelos pesos pesados Petrobras (PETR3 e PETR4) e Vale (VALE3)”.

Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, disse que o mercado ainda reflete o Boletim Focus, divulgado mais cedo, e na expectativa de indicadores relevantes ao longo da semana.

“O Focus teve mais uma vez revisão do IPCA pra cima em 2024 [ de 3,88% para 3,90%] e isso vem acontecendo há semanas. Esta semana vamos observar alguns dados de inflação aqui e lá fora, que vão refletir no mercado. Hoje não vemos destaques positivos e nem tão negativos no Ibovespa que não sejam dentro da normalidade”.

Mais cedo, Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sexta ainda ficam no radar do mercado.

“O mercado deve esperar mais explicações sobre as conversas desencontradas do Haddad, na sexta-feira, com representantes de bancos e instituições financeiras. A semana vai ser agitada e volátil com decisão do Fed e inflação aqui e nos Estados Unidos”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,57%, cotado a R$ 5,3561. A moeda refletiu, ao longo da segunda, o temor de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não comece o corte dos juros em setembro, além dos ruídos fiscais domésticos persistentes.

Para o analista da Potenza Capital Bruno Komura, “provavelmente teremos continuidade do movimento de cautela, e o mercado deve monitorar o comunicado do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), referindo-se a reunião desta semana”.

Komura entende que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) deve gerar ainda mais preocupação que o Fed, podendo fazer com que o mercado descarte de vez um corte dos juros americanos em setembro.

“Hoje começamos a ver que vários fundos institucionais estão começando a apostar mais fortemente contra o Brasil, comprando dólar contra real”, contextualiza Komura.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham mistas, em dia de instabilidade. O cenário, contudo, é de aversão ao risco, com o mercado de olho nos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Por volta das 16h25 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,665%, de 10,605% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,225% de 11,225%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,580%, de 11,600%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,810% de 11,225% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar comercial operava em alta, cotado a R$ 5,3513 para a venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, enquanto os investidores se preparavam para uma decisão de política do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e dados importantes sobre inflação na semana seguinte.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,18%, 38.868,17 pontos
Nasdaq 100: +0,35%, 16.192,53 pontos
S&P 500: +0,26%, 5.360,79 pontos

 

Com Paulo Holland, e Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News