Bolsa fecha em alta e dólar em queda com correção após feriado

381

São Paulo – A Bolsa operou toda a sessão em alta e firmou nos 127 mil pontos em um dia de recuperação após forte perda no último pregão. O bom desempenho das ações das empresas ligadas a commodities e do setor financeiro favoreceram o índice e ofuscaram as turbulências políticas. O principal índice da B3 subiu 1,72% aos 127.593,83 pontos.

Os papéis do setor financeiro, que caíram nas últimas sessões, apagaram a perda e tiveram expressiva alta; as commodities avançaram. As ações ligadas à recuperação econômica também foram destaque, como viagens e lazer. Embraer (EMBR3) e CVC (CVCB3) subiram mais de 8% e mais de 7%, respectivamente.

Os analistas da Ativa Investimentos comentaram que a Bolsa operou em “puxada pelo setor de commodities e de bancos”. A apresentação amanhã do relatório preliminar sobre a reforma tributária ficou no radar dos investidores.

Mais cedo, o Ibovespa subia por ajustes após o feriado por aqui e a boa performance do mercado externo na sexta-feira, com a valorização das ADRs- ações de empresas brasileiras negociadas em Nova York.

O analista Sidney Lima, da Top Gain, afirmou que em um dia de agenda esvaziada o Ibovespa “reagiu de forma positiva repercutindo o otimismo com a renovação de máximas nas Bolsas de Nova York na última sexta-feira”. Mas ressaltou que a Bolsa teve uma perda considerável no último pregão (quinta-feira, 9). “O movimento de hoje é de correção  impulsionado pela perspectiva positiva com o início da divulgação de resultados corporativos nos EUA, iniciando esta semana”.

O gestor  Ubirajara Silva, da Galapagos Capital, comentou que esta semana serão divulgados dois números importantes de inflação nos Estados Unidos-índices de inflação ao consumidor e ao produtor. “O mercado espera muito esses números e podem sinalizar de como será a política monetária adotada pelo Fed”.

Para o estrategista da Genial Investimentos, Filipe Villegas, o mercado deve seguir monitorando a inflação nos Estados Unidos, crescimento na China, a política monetária global e a política no Brasil. Esses fatores “podem ajudar ou jogar contra o ânimos por parte dos investidores”.

Para o gestor da Galapagos Capital, as notícias em relação à reforma tributária “devem ser acompanhadas de perto porque desde que foi fatiada trouxe volatilidade para o mercado”.

O dólar comercial encerrou a sessão de hoje em queda de 1,26%, cotado a R$ 5,1730 para venda, em um movimento de correção após o feriado em São Paulo na última sexta-feira. Porém, os investidores seguem monitorando a variante delta da covid-19 e seus desdobramentos na economia global.

“Conforme previsto em nosso vídeo matinal, o dólar comercial abriu a sessão de hoje em alta, acompanhando o desempenho visto no exterior, chegando a ser cotado nos inícios dos negócios a R$ 5,28, porém, virou e começou a cair com ingresso de fluxo cambial que ficaram parados na sexta-feira devido ao feriado de São Paulo e também com a entrada de investidores estrangeiros para a participação de IPO’s da BBM logística e da CBA”, explicou Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.

No cenário interno, os investidores ainda demonstram cautela diante do cenário político em Brasília em meio ao avanço dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia no Senado e às reiteradas ameaças do presidente Jair Bolsonaro ao processo eleitoral do ano que vem.

“As mazelas políticas, com o acirramento dos embates entre governo, Congresso e Supremo também podem ajudar para a alta da moeda”, adverte a Correparti em relatório matinal.

“Os mercados globais começam a semana sem direção definida, de olho no avanço das infecções pela variante Delta da Covid-19. OBCE [Banco Central Europeu] vai divulgar nova orientação para estímulo monetário em 10 dias, e Lagarde [Christine, presidente da autoridade monetária europeia] reconheceu que a meta de 2% de inflação pode ser ultrapassada”, explicou a Rico em relatório matinal.

A Rico ainda destaca que a semana tem indicadores importantes, o que torna ainda mais volátil os mercados, com dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, Produto Interno Bruto (PIB) da China e início da temporada de resultados.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) fecharam em leve alta, descolando-se nos minutos finais do forte recuo do dólar em relação ao real em meio a ajustes que relegaram a segundo plano a persistente turbulência política em Brasília em meio ao avanço dos trabalhos da CPI da Pandemia e às reiteradas ameaças do presidente Jair Bolsonaro ao processo eleitoral do ano que vem.

Com isso, o DI para janeiro de 2022 fechou com taxa de 5,815, de 5,810% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,320%, de 7,305%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,37%, de 8,31% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,77%, de 8,73%, na mesma comparação.

Wall Street começou a semana com uma nova rodada de recordes de seus principais índices de ações em um momento no qual os investidores esperam o início da temporada de balanços, atualizações do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e mais uma leitura da inflação nos Estados Unidos.

Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: +0,36%, 34.996,18 pontos

Nasdaq Composto: +0,21%, 14.733,20 pontos

S&P 500: +0,34%, 4.384,63 pontos