BofA recomenda compra da B3 mas corta preço-alvo para incluir menor projeção de ganhos

499

São Paulo – O Bank of America cortou o preço-alvo da B3 de R$ 18/US$10,40 para R$14/US$7,60, e manteve a recomendação de compra, para incorporar os resultados do 1T22, maiores receitas de dados após a incorporação da Neoways e estabilidade nos ganhos por conta da elevação da taxa Selic.

“Esperamos EPS estável em ’22 vs. ’21, já que taxas mais altas do que o esperado devem levar a volumes mais fracos do que o previsto, compensando ganhos financeiros mais altos. Pelo lado positivo, o crescimento da receita deve melhorar em 2023, explicado por melhores volumes suportados pelos cortes da Selic, que devem ocorrer ao longo do 1S23, segundo nossos economistas (estabilizando em 10,5%). Esperamos um crescimento de +12%/+11% nos lucros em ’23/’24, à medida que aumentamos nossas estimativas de ’22/’23 em +1%/+6% e adicionamos ’24 ao nosso modelo”, disseram os analistas do BofA.

A análise também assume, para o volume financeiro médio negociado (ADTV) até 2024, movimentações de R$ 30 bilhões em 2022, R$ 32 bilhões em 2023 e R$ 33 bilhões em 2024, que implica uma velocidade de rotatividade de 125%, 115% e 105% em cada ano,suportada pela volatilidade pré-eleitoral, novos produtos e pessoas físicas.Os analistas reduziram as estimativas para incorporar taxa Selic acima do esperado anteriormente, mas disseram que ainda consideram ADTV acima dos níveis históricos por maior participação de HFT, investidores de varejo e novos produtos como ETFs.

A análise também cita a diversificação como essencial para apoiar o crescimento sustentável da receita prevê que a incorporação da Neoway no 1T22, deve abrir caminho para que tecnologia e dados representem 18% do faturamento, de apenas 13% em 2021, e cita estimativa de 19% e 21% até 2024.

A redução do preço-alvo aplicamos uma meta de P/L de 14x (de 19x) na estimativa de lucro por ação do BofA (R$ 1,00). “Nosso P/L alvo está em linha com o múltiplo de negociação da B3 durante o último ciclo de alta (’13-16). Reiteramos nossa Compra, pois a B3 continua negociando com desconto em relação aos seus pares (40%) e níveis históricos (30%)”, concluíram os analistas.