São Paulo – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou apoio financeiro de R$ 1,45 bilhão para a CCR ViaSul, que opera concessão rodoviária de 473,4 quilômetros, formada por trechos das BR-101, 290, 386 e 448 no Rio Grande do Sul. Desse montante, R$ 900 milhões serão liberados por subscrição de debêntures, que foi coordenada pelo próprio BNDES, e R$ 550 milhões por meio do BNDES Finem, tradicional linha do Banco para financiamento a empreendimentos.
No apoio pelo BNDES FINEM, R$ 250 milhões são crédito backstop, tipo de financiamento que fica disponível em caráter facultativo, contribuindo para mitigar o risco de funding do projeto, ao mesmo tempo em que funciona como um incentivo para que o cliente busque alternativas no mercado.
“A estruturação financeira utilizou os diversos produtos disponíveis do BNDES para viabilizar solução adequada às necessidades e especificidades do projeto. Além dessa combinação de produtos, o fato de se tratar de um projeto maduro, com histórico operacional, permitiu que o novo apoio fosse realizado na modalidade project finance non recourse, não demandando nenhuma garantia adicional às do projeto”, explicou Nathalia Saad, chefe do Departamento de Infraestrutura e Concessões Rodoviárias.
Esses recursos vão viabilizar a continuidade dos investimentos da concessionária na ampliação da capacidade de tráfego – resultando em maior integração do trânsito de cargas entre o noroeste do Estado e a região metropolitana de Porto Alegre – e em obras de melhorias e manutenção das rodovias, mesmo diante do aumento de custos de insumos rodoviários provocado pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. Tais eventos geraram quebras nas cadeias de fornecimento globais, com aumento generalizado nos preços de materiais como asfalto, cimento, aço e emulsões asfálticas.
“A inflação dos principais insumos do setor de construção atingiu diretamente as concessionárias de rodovias em fase de investimento, como a CCR Viasul, que solicitou ao BNDES novo apoio financeiro para fazer frente ao aumento de custos verificado. A concessão de novo apoio financeiro pelo BNDES nesse contexto reforça o compromisso do Banco em suportar projetos de infraestrutura, em especial, em momentos de maior risco”, explicou Felipe Borim, superintendente da Área de Infraestrutura.
Além da operação de diversos serviços aos usuários e da recuperação e manutenção das rodovias, o contrato firmado entre a concessionária e a Agência Nacional de Transportes Terrestres em 2019 prevê, ao todo, a implantação de 608 km de novas faixas na pista principal, sendo 225,2 km de duplicações, 76 km de novas faixas laterais, 85 novas interseções, 32 passarelas, 59 melhorias de acesso, iluminação das travessias urbanas, serviço de monitoramento por câmera, entre outras intervenções, parte delas já em andamento.