Banco do Brasil vê fintechs como complementares ao grandes bancos

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São Paulo – Em evento promovido pela Fitch Ratings no início da tarde de hoje com o tema Uma década de Fintechs desafiando os Bancos: Concorrência ou Simbiose?, os executivos foram quase unânimes ao dizer que trata-se muito mais de uma relação de vínculo ou interação.

Daniel Alves Maria, diretor de Finanças do Banco do Brasil, acredita que as fintechs e os grandes bancos têm atributos complementares. “Foi criada uma venture capital para monitorar as “fintechs” e “insurtechs” [startups de seguros], que muitas vezes estão dando soluções de pagamentos que a gente não tem, num setor que a gente não atinge totalmente, onde seja complementar, disse ele.Eu vejo como uma mudança do tabuleiro competitivo, mas muito mais como uma simbiose.”

Apesar de ser o primeiro banco da história do País, o Banco do Brasil quer deixar para trás os velhos tempos. De acordo com Alves Maria, a instituição tem trabalhado muito em inovação. “Em 2015 fizemos nossa primeira operação de aprovação de crédito totalmente digital, quando pouco se falava disso”, ele lembrou. “Desde 2019, usamos o Whatsapp como forma de relacionamento e hoje já contabilizamos 3 milhões de relações nessa plataforma.”

Alves Maria ressaltou que essa foi uma opção do modelo de negócio do BB. “Quando tivemos que fazer essa opção, nós preferimos digitalizar o banco a criar uma estrutura paralela, ou um banco digital. Optamos por oferecer produtos e serviços integrando esse canal de relacionamento para aumentar a eficiência e melhorar a experiência do cliente”, disse.

Já o Banco Inter, considerado um banco híbrido, começou como um pequeno banco de nicho, com cerca de 100 agências, já que não conseguia competir com um dos grandes bancos de varejo. “Em 2008, fomos para o mercado com a proposta de ser um banco digital, gratuito e completo e hoje temos cerca de 20 milhões de clientes”, lembrou Alexandre Riccio de Oliveira,Vice Presidente do Banco Inter. “Atualmente os desafios estão ligados à escalabilidade do aplicativo e os desafios que a escala traz.”

Quanto às fintechs, ele vê que os bancos digitais vêm ganhando escala, de fato, havendo muita simbiose. Alexandre fez questão de elogiar a eficiência do Banco Central com relação à aderência e execução do Pix (meio de pagamento eletrônico e gratuito do BC), além de toda a regulamentação das fintechs. “E, mais uma vez, o Banco Central vem conseguindo e agora vai consolidar a concentração bancária e bancarizar, aqueles que não eram considerados bancarizáveis, aumentando de maneira relevante o sistema financeiro como um todo”, observou.