Ação da CVC fecha em queda em meio à análise de follow-on; veja análise

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Foto divulgação: CVC Viagens

São Paulo – As ações da CVC fecharam em queda no dia em que a companhia anunciou que estuda um possível “follow-on”. O papel CVCB3 caiu 2,08%, e foi a R$ 9,86, em dia de queda do Ibovespa (-1,17%).

Para Vitorio Galindo, analista de investimentos CNPI e head de análise fundamentalista da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, a companhia estava com problema de liquidez no curto prazo. “Se a companhia quiser emitir debêntures, essa oferta daria um alívio. Mas caso o mercado de turismo tenha uma retomada mais forte, a companhia terá que aumentar seu capital de giro para conseguir reservar passagens e hotéis e pagar adiantado para conseguir preços melhores com seus fornecedores”, comenta.

“Além disso, o custo da dívida da companhia está bem alto, baseada em CDI+6, com taxas de 12% a 13%. E aí tomar dívida para aumentar o capital de giro acaba sendo mais custos e compromete o endividamento da companhia”, analisa.

Ele acredita que o impacto nas ações vai depender da receptividade do mercado. “Os investidores vão querer saber onde os recursos serão alocado. Se for apenas para pagar dívidas, não terá muita atratividade. A diluição dos papéis no atual patamar de preço pode não ser tão bem avaliada pelos acionistas e o cenário de mercado está com menor liquidez”, finaliza.

FOLLOW-ON EM ESTUDO

A CVC informou hoje (9), que está avaliando a possibilidade de realização de oferta pública subsequente de distribuição primária de ações ordinárias de sua emissão, com esforços restritos de colocação no Brasil e esforços de colocação no exterior.

A nota diz que para coordenar a realização da possível oferta restrita, foram engajados o Citigroup Global Markets Brasil, Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários S.A. e Bank of America Merrill Lynch Banco Múltiplo S.A. e determinadas afiliadas internacionais dessas instituições.

“Tal avaliação tem como motivadores a gradual recuperação do setor de turismo que vem sendo observada pela companhia nos últimos meses, com consequente aumento da procura por viagens de lazer e corporativas, e a constante avaliação das fontes de capital disponíveis bem como seus custos para suportar o crescimento das operações”, detalha o comunicado.

A companhia ainda não aprovou a efetiva realização da possível oferta restrita, nem seus termos e condições, estando a decisão sujeita à diversas condições, incluindo a obtenção das aprovações societárias aplicáveis e à existência de condição favorável no mercado de capitais.