Banco Central diz ter plano de contingência para garantir serviços durante greve dos funcionários

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Edifício-sede do Banco Central em Brasília. (Foto: Divulgação/BC)

Brasília – O Banco Central (BC), em nota divulgada nesta terça-feira, informou ter plano de contingência para manter o funcionamento das atividades necessárias para a população durante a greve dos funcionários da instituição, aprovada ontem em assembleia da categoria. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) disse que será respeitada a lei dos serviços essenciais, mas alertou que algumas atividades, como o PIX, não estão contempladas pela legislação.
“Serviços essenciais são aqueles que estão na lei de serviços essenciais. Existe uma lei específica nesse sentido. O que não estiver lá, nós entendemos não essencial e vamos batalhar para paralisar total ou parcialmente”, afirmou o presidente nacional do Sinal, Fábio Faiad.
Na nota, o Banco Central afirma ter “planos de contingência para manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR, Pix, Selic, entre outros”. Segundo a nota, o BC “reconhece o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas e confia na histórica dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a Instituição e com a sociedade”.
Os funcionários do BC decidiram entrar em greve a partir de sexta-feira, mas até lá devem manter as paralisações diárias das 14h às 18h e a operação padrão, que têm provocado atrasos nas divulgações de informações oficiais do BC, como o Boletim Focus e algumas taxas, como a PTAX. Segundo avaliação do Sinal, as paralisações vêm tendo “adesão majoritária” da categoria.
Após a decretação da greve, o governo federal e o BC não fizeram contato com o comando do movimento. Os funcionários do BC pedem reestruturação das carreiras de analista e técnico da instituição, além de uma correção salarial de 27% – inflação acumulada de 2019, 2020 e 2021, além da projeção de 2022.
Segundo balanço do sindicato, cerca de 300 funcionários em cargos comissionados entregaram as funções nos últimos dias em todo o país. A expectativa é que esse número chegue a 500 de um total de 1.000 comissões gerenciais e de assessoramento.
A mobilização dos funcionários do Banco Central foi motivada pela decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder aumentos setorizados para os servidores públicos. No orçamento de 2022, foi reservado R$ 1,7 bilhão para reajuste salarial dos policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários.